sexta-feira, 6 de agosto de 2021




Poema 2020 / 1

14 / 03 /2020

 

Ainda busco os exercícios da salvação.

Reflito sobre o caminho e o espanto das esquinas.

Ainda não sei o que esperar de uma flor que aparece no poema.

Decidi fincar minha palavra nos teus canteiros para encontrar ali a minha remissão.


sexta-feira, 30 de julho de 2021

 


                                               Desenho meu de 1974

Poema 2021 / 7

25 / 07 / 21

Há muitas maneiras

de se ler um poema,

do início ao fim,

do fim ao início,

do meio ao fim,

do fim ao meio;

ou nem ler:

apenas observar

as palavras,,

seus desenhos,

suas palpitações,

suas sombras,

e adivinhar o que

está escrito;

porque o poema,

não diz tudo,

diz quase nada

da dor,

das dúvidas

e da esperança

de quem escreveu.


sábado, 24 de julho de 2021





Poema 2021 / 7

22 / 07 / 21

Disse o poeta: misturo poesia

com a realidade, e a vida me foi melhor.

 

Disse a mim mesmo: Meus

pés seguem passos antigos,

em mapas desfeitos,

em desenhos com defeitos,

em cores com gestos rarefeitos.

 

Vivo em construção,

um verbo que não silencia,

um aceno como de menino,

um olhar como de aprendiz,

um gesto como de busca.

 

Meus olhos procuram,

outros recantos,

outros encantos.

 

Poucos encontros,

poucas clarezas,

raras certezas

regem a esperança.

 

Preciso de poesia,

como um bálsamo,

uma cura,

para manter a

esperança. 

segunda-feira, 19 de julho de 2021


 

Poema 2020 /8

14 / 09 /2020

 

VOU ESQUECER A PANDEMIA

 

Vou esquecer a pandemia,

vou caminhar como quem procura a alegria,

de braços abertos,

de passos leves,

de cabeça erguida.

 

Vou esquecer a tristeza,

Vou buscar novos ares,

Novas palavras,

Um novo intento,

Uma razão para viver sem medo,

 

Vou percorrer os acordes da esperança,

Vou ser poeta mesmo em dias tristes,

Ser amigo de mim mesmo na busca pelas letras de minha canção.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

 


Quadro feito em colagem de papel sobre madeira, medindo 93cm x 50cm, Junho de 2021

17 / 05 / 21

No poema

tem que se abrir outras portas,

outras janelas.

Uma só janela não basta.

 

Uma janela por onde se vê o a rua,

de onde o vento entra como amigo,

uma porta por onde a chegada é uma surpresa,

e de onde a partida é descoberta.

 

Nuvens nos surpreendem,

pássaros nos surpreendem,

pessoas nos surpreendem,

a chegada surpreende,

a partida nos comove,

o amor nos acolhe.

 

No poema,

outras histórias

acontecem,

porque uma só história

nesta janela

não nos basta.


 



Poema 2021 / 4

15 / 05 / 21

Que eu quisesse um encontro poético,

não poderia negar.

Que eu fizesse um poema

que não fosse de amor,

não poderia dizer sim ou não.

 

Que eu procurasse teu rosto

na multidão,

diria que é fato.

 

Que eu desejasse

uma escrita

que fosse uma história

de amor,

uma história

de encontro

e desencontro;

um aviso de chegada

e de despedida;

um poema, mesmo que

fosse uma frase;

uma escrita

com fogo;

ás vezes, com flores;

outras vezes,

com sangue,

mesmo que fosse

perene

e fosse eterna,

eu diria que sim.

 


quinta-feira, 24 de junho de 2021

 



Foto de 2014 - no Ribeirão Guaratinguetá - bairro Pedrinhas - galho sobre pedra pela ação da enchente, sem intervenção humana. A poesia reside em todos os lugares, basta abrir os olhos!

quinta-feira, 20 de maio de 2021

 


                                           Desenho meu de 1985.

O  poeta em doze meses.


16 Abril de 2015

Entrou em janeiro de portas abertas;
em fevereiro andou no ritmo das horas festivas;
Para março reservou sua melhor história de amor;
No mês de abril colheu as últimas frutas do quintal. Era outono.
Em maio desocupou espaço para preenchê-lo com novas palavras;
Para junho alugou uma casa de campo para apreciar os pássaros;
No mês de julho, saiu para conquistar novos horizontes;
Já em agosto, se acomodou nas sombras do inverno;
Em setembro sentiu que poderia amar novamente. Era primavera.
No mês de outubro sonhou que era criança;
Em novembro, chorou ao lembrar dos antigos;


Em dezembro fez um reforço na esperança 
para que ainda houvesse portas em janeiro. Já era verão.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

 





Minha prece.

Escrito em 09 de junho de 1972 / repensado e reescrito em 03 de maio de 2021.


Senhor, fazei com que eu seja digno daquilo que me deste!

Que eu seja grato pelo que fizeste por mim.

Que eu reflita na vida um olhar doce e tranquilo.

E mesmo quando todos me deixarem,

mesmo no mais audaz dos sofrimentos,

que eu não esqueça nunca de ser o que sou,

e de estar em constante guarda de mim mesmo.

Que sejam humanos todos meus possíveis atos.

Que eu esteja sempre alerta para a paz.

Fazei que mesmo quando na maior vitória, eu seja humilde.

Que eu seja pequeno - mas que nunca me perca.

Que eu seja grande - mas que ignore a grandeza.

Para que eu multiplique o amor, 

no mais sublime sentido de  amar,

amar a mim mesmo, amar meus irmãos 

e acima de tudo amar a ti, pelo que fizeste de mim.

sábado, 17 de abril de 2021

 



Poema 2021 / 3

17 / 04 / 21

Ainda estou aqui.

Estou diante do céu,

diante do mar,

diante de Deus.

 

Estou diante do sonho,

diante do riso,

diante do choro,

diante do homem.

 

Ainda estou aqui,

diante da crise,

diante da dor,

diante do silêncio,

diante do nada,

diante de tudo.

 

Ainda estou aqui.

diante deste caminho,

diante deste dia,

diante do amanhã,

diante do milagre.

 

Enquanto nada acontece,

tudo acontece 

porque ainda estou aqui.


terça-feira, 30 de março de 2021

 



Poema 2021 / 1

09 / 02 / 21

Ainda estou aqui.

Ocupo meu lugar

no presente

Cada dia é um milagre,

um caminho de acordes,

recordes

de dias antigos,

de dias futuros,

de palavras e acenos

de outrora;

de coragem,

de reflexos

do ontem

e do amanhã.

Uma razão para viver.

Amar, porque

ainda estou aqui,

mesmo em dias tristes,

em dias de poeta,

em dias de remissão,

em dias de busca,

encontro uma semente,

uma semente única.

Sonho horizontes

sem voar.

Enquanto nada

acontece,

tudo acontece.


sábado, 20 de março de 2021

 



SE DESEJASSE

 Se desejasse uma manhã

onde a brisa brincasse

com a pele,

iria para abril.

 

Se desejasse uma tarde

onde o céu fosse todo azul,

viria para agosto.

 

Se desejasse uma noite

onde pudesse abraçar

as estrelas,

 iria para junho.

 

Se desejasse um novo dia

onde pudesse reencontrar

nossa canção

voaria para setembro,

onde os barulhos das aves

se misturam aos adjetivos

da esperança.

28 / 8 / 16

 


terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

 




Poema 2020 /9

26 / 10 /2020

 

TABATINGA-

 

Celeste e eu a sós na casa.

Uma tarde de vento fresco.

Falta ânimo para ir à praia.

Pássaros fazem seus barulhos na vizinhança.

O dia é de descanso – de espera.

Espera do ânimo

– Espera de coragem.

Um tempo para reflexão

– Pensar pouco.

Melhor não pensar em nada.

Pensar é perigoso

– Nada é urgente.

 

Busco coisas antigas em cadernos antigos.

Encontro.

- coisas de poeta.

 



Poema 2020 / 13

03 / 12 /2020

 

Celeste animada, pinta a parede: é dezembro.

 

A cor é gelo, para uma sala clara.

 

No jornal espalhado no chão, Entre pingos de tinta, leio:

“Quando penso em levantar a taça, fico arrepiado.”

 

Na minha mente, leio:

“Quando penso em escrever o meu melhor poema, fico arrepiado.”

 

O dia é de descoberta.

Encontro o nome da poeta C. D. Wright.

Leio um poema seu

Levo um coice no peito com suas palavras.

 

Depois, me levanto, crio asas e me torno invisível.


* Carolyn D. Wright (January 6, 1949 – January 12, 2016)


segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

 



Poema 2010 / 22

06 / 11 / 2010

 

Bem-aventurado

o que de manso

chega trazendo

notícias de amor.

 

Notícias,

Na manhã em

que a palavra

poema gera

um verbo suave

na boca do moço,

no ouvido da amada,

nas sombras das aves,

nos ventos entre as folhas,

no alarido das crianças,

nas imagens vistas

pelos amantes.

Bem-aventurado

O que, de-repente,

chega trazendo

nomes antigos,

 a nossa pátria

de versos na língua,

uma bagagem de fé,

um riso sem alarde,

um abraço meigo,

um olhar como de

menino, uma luz.

 

Bem-aventurado

o que nos envia

um poema, uma voz,

um alarido de canções, ]

um ressoar espantos,

um espelho onde miramos

o milagre; um pátio sereno

de coisas que esquecemos

de buscar; e ao encontrar,

dizemos:

bendito o

                 nome de Deus!


segunda-feira, 18 de janeiro de 2021


 

Poema 2010 / 11

30 / jun. / 2010

 

Parece ser um poema,

algumas palavras.

Não uma flor no papel.

Também não é a escrita,

nem a memória de teus lábios,

nem a candura da voz materna;

mas uma palavra qualquer.

São sílabas simples, um nome,

São vogais em transe,

um tremor na pele,

um aceno da infância.

 

Parece ser um verso antigo,

a coisa como parece ser,

do jeito que é e não é,

e que diz que foi e será,

mesmo, o hálito da esperança,

o toque na pele nua,

o som do vento no campo,

a leveza do ser, o pássaro,

o amor, você e eu,

e esta canção. Nossa canção!


segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

 



Poema 2020 / 12

17 / 12 /2020

Uma vez eu vi um poema,

estava acima das árvores,

pairava sobre as águas:

Era um pássaro.

 

Outra vez, num momento

de magia, eu vi a poesia:

você me sorriu.

era um sinal de paz,

um símbolo de amor.

 

Outrora, em certos momentos,

apreendi frases poéticas

quando minhas meninas

acenavam gestos de inocência.

 

Aprendi que a poesia

é quando você aparece na janela

como uma ave inesperada.

 

Em certas manhãs,

tornei-me aprendiz

de guardador de imagens

de água corrente por entre os fios da memória.