terça-feira, 7 de novembro de 2023

 

 


 

DIÁRIO DE POETA

 06 / 11 / 23

Fui procurar nos meus cadernos

se já escrevi algum poema

em seis de novembro.

Descobri que em 2010 escrevi um belo poema, 

onde o último

parágrafo diz: “Doar a canção, aquela que 

de quando em quando te leve a ser anjo, 

que de manso chega trazendo notícias de amor.”

 

Em sete de novembro de 2012 escrevi: 

”Você na minha porta. Seu rosto na memória. 

Um poema escrito ainda na infância.

Um caminho a dois. “

 

O que poderia eu fazer hoje ou amanhã 

a não ser escrever um poema que contenha 

uma palavra que sustente este fio de poesia,

esta ligadura que me une à nossa canção.

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

 

 



OUTROS POEMAS

01 / 10 / 23

 

De tanto ler escritos de outros poetas,

de tanto saborear suas palavras,

de tanto sair dos poemas

com a alma molhada por chuvas

                                    distantes;

outras vezes, com os pés sujos

de lama e folhas mortas,

como se andasse em jardins

ou bosques úmidos pelo orvalho;

digo, ao ver a página do caderno em branco:

ainda há versos para serem escritos,

palavras para serem lançadas ao vento,

frases para serem saboreadas como um fruto maduro.

Digo que ainda há acenos e gestos no horizonte,

digo que há muito a ser descoberto 

na minha inocência.

Digo que ainda há de se esperar que 

uma ave pouse suavemente na janela,

e que você chegue devagar, mansa,

tão suave, que não espante esta ave,

este presente encontrado nas linhas 

     deste e de outros poemas.