terça-feira, 9 de dezembro de 2014


Desenho meu de 1993 - junho - Feito com caneta esferográfica, lápis de cor, giz de cera e tinta guache.

domingo, 30 de novembro de 2014





Poema 98 / 22 - 24 dez. 1998

" Sou um sonhador de muito esperar.
Sou capaz de inventar um mar
de sementes germinando portas abertas
para poder atravessá-las.

Sou capaz de ir aos quatro cantos
do vento para ver tua silhueta de ninfa,
borboleta de cetim, espelho de rosas.

Ainda possuo o hálito das estrelas.
Meus olhos possuem canteiros de primavera.
Não são flores, são rostos a sorrir."

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Memória de menino - desenho premiado


Desenho meu - "memória de menino " - premiado - 1º lugar - na VI exposição de artes da EEAR - Escola de Esp. de Aeronáutica - Outubro de 1998 - em Guaratinguetá - SP

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Hoje fui pescar. Uma tarde de lambaris e nhacundás ( iacundás ) - abaixo, um poema de 2009 que fala destes momentos mágicos.

POEMA 2009 / 1

23 / 03 / 09

"Nos rastros de insetos;
nas marcas que a água faz na areia;
nos cristais de outros tempos;
no gorjeio dos pássaros;

o que procuro por entre as pedras,
                      nas tardes de verão?

Ser menino de novo!

Às vezes, vejo minha sombra
como a de um menino
seguindo as pegadas de aves na areia.

Ainda vejo coisas como
em vidrinhos mágicos.
Soletro versos esquecidos desde
a infância,
e então, vejo asas de borboletas
e passeio nos jardins da memória."

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O que me faz ser poeta.
páginas de meu livro de artista de 2013. Colagem e guache.Setembro 2013

O que me faz ser poeta.
Outros poetas me fazem poeta.
Outros poemas me fazem poeta.
Quando ouço o som de uma palavra bonita, penso em ser poeta.
Quando vejo uma palavra bonita, digo: – “sou poeta.”
Quando um pássaro canta numa árvore próxima, digo: “ –quero ser poeta.”
Quando ouço a voz da amada, sinto ser poeta ouvindo o som do chamado.
Memórias e invenções me fazem poeta.
As canções que me fazem feliz me ensinam a ser poeta.


Garimpo as palavras para encontrar o interior do poema.
Um poeta está sempre escrevendo novas páginas, mesmo que não sejam palavras.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Oração de artista - 26/03/2012

Que o poema e as cores cheguem de surpresa,
como aves que pousam no quintal.

Que a composição seja colorida,
e os contornos dos desenhos, suaves;
fortes, às vezes;
e os poemas, uma extensão do meu sonho de homem.

Que venham folhas e mais folhas, papéis
azuis, rosas, verdes, amarelos, vermelhos;
e  tintas, e que eu saiba onde colocar cada
pedaço, cada pincelada, para, assim, ter
alegria no fim da peça acabada.

Que do arranjo das formas e das cores,
possam surgir, aqui e ali, casinhas, círculos,
sombras, frutos, aves, triângulos amorosos,
quadrados cheios de graça e linhas que
cortem o pensamento ao meio, ou sejam
como acenos da infância.

Que em todos os dias, surja uma nova ideia;
um risco uma forma - uma busca e a
alegria da obra sonhada.

E no fim, na assinatura, o namoro, o
apreciar e a palavra final: benditas as horas
e os momentos de meu tempo mortal.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

                                            Visão de poeta - ano 1990 - lápis de cor - folha A4

" A Alma é um barco movido por vento, por sopro, um intento de se alcançar estrelas. Um braço na mercê da aragem. " 15 / 05 / 2009 

terça-feira, 14 de outubro de 2014





Voo do beija-flor - 1976 - Tamanho folha A4 - lápis, caneta e guache sobre papel.


POEMA 2014 / 14

Poema

06 / outubro / 2014

As palavras de janeiro,
Os emblemas de fevereiro,
As frases ditas em março,
Os poemas para abril,
Os versos escritos em maio,
Os papéis de junho,
Os adjetivos de julho,
O silêncio de agosto,
As esperanças de setembro.
As novidades de outubro,
Os advérbios de novembro
E as festas de dezembro
São os ecos da linguagem,
Os adjetivos e os alaridos

De nossa canção.

quarta-feira, 9 de julho de 2014


OUTONO 
Foto de minha autoria por celular Samsung.  junho 2014.



POEMA 2014 / 11
08 / 4 / 2012 - 13 / 5 / 2014

OUTONO

Agora que a última goiaba caiu,
que as pitangas já estão escassas
e que as águas de março nos deixaram,
agora que as águas esfriam
e o horizonte esfumaça,
que as manhãs nos convidam
a palavras mansas,
venha comigo ouvir versos de amor
nestas ultimas palavras

ainda de aprendiz.

sábado, 10 de maio de 2014


POEMA 2006 / 5

I - Lavar a alma
Na poesia de tua presença.

Lavar as mãos
Nas águas de tuas rosas.

Molhar os pés
Nos jasmins de teu banho.

Lavar os olhos
Nos colírios de teu sorriso.

Ter os lábios
Úmidos pelas letras de teu nome.

II – Minha a candura
Pelas flores de tuas
Quatro estações.

Minha a invenção
De cativar as sílabas
De teu hálito.

III – Imitar a lavagem,
Como os pássaros na chuva.

Um banho, um mergulho
Dentro da luz que avança;
O amor. Não o fim,
Mas o início de
uma nova primavera.
Monotipia sobre papel A4 - ano 2000 - 

sexta-feira, 2 de maio de 2014


Mensagem de amor - monotipia sobre papel A4 - ano 2000

Mensagem de amor.

Enviar uma mensagem de amor.
Realizar as promessas do ano que passou.
Plantarei uma árvore neste ano?
Trilharei o caminho do justo? Como?
Os dias têm a duração de um sonho.
O sol gira e a lua se foi. Estou calado.
- Onde está a mensagem?
- Qual a promessa que fiz? - Já esqueci!

Talvez, ao ler a palavra pássaro, eu
possa ir onde queira. Talvez, ao
silenciar o meu desejo, me torne mais
humano! – Ou menos! A perda é grande.
Coisa triste: silenciar o amor.
Flores nascem, frutos chegam.
Sementes secam. Ainda sonhamos.

O mesmo som de trovão de quando era
menino. O som do medo. Lembro do
tempo da simplicidade. Era um tempo
para sonhar. Havia minha mãe. – Disse
a ela: - mãe eu te amo ? Se não disse,
como viver com tamanha saudade e
culpa! Na minha idade, não silenciar o
amor, eis o segredo. Caminho a jornada
de todo homem. Ainda sonho o sonho
dos inocentes. Enviarei uma mensagem
de amor. Estou aqui! Aguardo. Ela virá?
- Quem, a felicidade? – Estarei
preparado? Sorrirá ela, ao chegar!
- O que direi?

Estou ainda na trilha dos antigos. Tudo
passa. Fica a memória. Ainda enviarei
uma mensagem de amor.
– Conseguirei manter acesa esta chama?
Certamente estarei preparado se enviar
ao menos uma mensagem de amor.

02 janeiro 2010.


segunda-feira, 21 de abril de 2014

Azul - Ano 2000 - monotipia sobre papel A4. Tinta de serigrafia.



POEMA:  AZUL
Outubro de 1993

Sedas e cetins tocam a pele e o silêncio.
Um azul de mar e cristais raros nos dedos.

Minhas cadências rebuscam nuâncias
de jade e de paisagens neste breve vôo.

A memória dói como a minha tristeza
estampada em uma foto de  menino.

Alcançamos os céus e suas distâncias
num olhar sobre os muros da cidade.

Azul era a flor, azul o céu, azul a fita.
Os vestidos das meninas eram brancos.

Os sapatos eram brancos, e em seus
lentos passos, uma migração de cetins.

Mas seus olhos, seus olhos eram azuis.
Naquele tempo,um mar, grande mar de

                                         tranqüilidade.

quinta-feira, 17 de abril de 2014



POEMA PARA A AMADA DISTANTE - ROMEU E JULIETA - 1987

POEMA PARA A AMADA DISTANTE

17 / 4 / 2014

Por tua presença, seria capaz de namorar teus pés;
de me encantar com o leve toque de tuas mãos.
Ficaria grato pelo som de tua voz
e feliz por um breve sorriso teu.

Uma palavra tua seria mais bonita que um verso branco.
Tuas frases seriam como poemas de versos azuis.

Tua silhueta, bem, isto seria um espanto,
uma linda ave pousando sobre mim, carregada
                                      de todas as metáforas de felicidade.

Por tua chegada, escreveria mil poemas.
Soltaria, ao vento, mil palavras poéticas;
Subiria ao mais alto monte para sussurrar mil vezes teu nome.


sábado, 5 de abril de 2014


Carregando flores - 1984 - Tamanho A4 - lápis de cor, caneta esferográfica e giz de cera



A ALMA É UM JARDIM
Poema 2/2000
José B. Maciel


"A alma é um jardim.
Primaveril, floresce no poema;

em setembro, alça vôos com borboletas.


Um mar de rosas, os canteiros do corpo.

Teu nome, aberto às aves do campo,
é uma página escrita com flores.

Nas sementes da alma,
em qualquer paisagem,
meus olhos possuem
flores que vejo em ti."


sábado, 29 de março de 2014

"Talvez, no murmúrio
das pedras
eu te reinvente,"

Foto no interior do Campus da Unesp Guaratinguetá - FEG - Dez. 2013 - José B. Maciel - por celular.


Imagens gravadas com auxílio de giz de cera sobre papel jornal- Tamanho A4 - ano 2000

TALVEZ

02 / 09 /  93

Talvez. Talvez
no caminho
eu te perca,
no silêncio
dos casulos
eu te deixe,
no musgo
dos peixes
eu te demova.

Talvez. Talvez
no cheiro
do luar
eu te olvide,
no murmúrio
das pedras
eu te reinvente,
na sombra
das flores
 eu te busque.

Talvez. Talvez
na rota
das aves
eu te siga,
na imagem
do espelho
eu te observe,
pássaro,
borboleta,
um anjo,

talvez, talvez.
José Benedito Maciel


sábado, 22 de março de 2014




NOS GESTOS

Nos gestos dentro do silêncio,
Olhos sonhando os sonhos
De outros olhos a sonhar.

Nos gestos dentro da palavra,
Seiva para continuar sílabas
De outras palavras a sonhar.

Nos gestos dentro da escrita,
Pétalas para coisas da alma
De outras almas a sonhar.

Nos gestos dentro da música,
Notas suaves das coisas da alma
De outros homens a sonhar.

Nos gestos dentro do poema,
Olhos sonhando os sonhos

De outros pássaros a sonhar.

Poema meu dos anos 2002 a 2006.


Desenho meu de 1976 - Voo de Ícaro - Colagem, caneta bic, etc. Tamanho folha A4.

sábado, 15 de março de 2014


Escrever um poema é uma arte de invenções e espelhos


Foto do muro interno de minha casa na Rua Caramurus, 822 - Guaratinguetá - mosaicos feitos com azulejos e pisos cerâmicos - todos colocados e rejuntados por mim nos anos de 2002 a 2009.


Escrever um poema

é uma arte de

invenções e espelhos
Sonhos de Dédalo,
asas de Ícaro,
canteiros de aragem.

Quando arde no peito
um sopro de coisas
nunca passageiras;
um desfrute de portas
abertas para existirem
pássaros que sonham;

Um predomínio por flores,
palavras que desejam
nascer nuvens nos olhos:

Eis o poema
despertando
invenções e espelhos.

01 / 02 / 1999




quarta-feira, 5 de março de 2014

OFERENDA - 28 / 10 / 96

Trago aqui o coração que
de tanto amar, ofertei-o



Quadro pintado sobre madeira com relevo e cortes - por influência de Torres Garcia - artista Uruguaio -Feito no Rio de Janeiro, possivelmente em 1978, pouco antes de me mudar para Guaratinguetá com a Filomena e o Vinícius, que tinha dois anos.
Trabalho consumido pelos cupins e caranchos - fica aqui o registro - 


OFERENDA - 28 / 10 / 96

Trago aqui o coração que
de tanto amar, ofertei-o
em pequenas doses
às nuvens e aos recantos
das aves.

Trago aqui as mãos vazias,
pois ofertei o orvalho
úmido das manhãs antigas
que possuía em meus dedos.


Trago aqui os olhos ansiosos,
como cestos incompletos,
para saciá-los com meu
desejo de colher frutos
neste imenso pomar de
poeta.

trago aqui o corpo,
como de pedra, no
silêncio que a vida
vai cortando, fatias
de meu nome sobre
águas, sobras de meu
pranto.

E na alma, trago um
jardim repleto de
flores e cristais sonoros
que nunca doei
por serem
escassos.

José Benedito Maciel


domingo, 2 de março de 2014

AME SUA VIDA - Colagem - " As obras de arte são de uma solidão infinita: ....... Apenas o amor pode captá-las, conservá-las, ser justo em relação a elas." (Raine Maria Rilke)

Processo de realização do trabalho " Ame sua vida." - colagem sobre madeira - iniciado em outubro de 2013, encerrado em fevereiro de 2014.


 Trabalho já com 1/3 feito, novembro de 2013 - é um processo lento, que exige paciência, compromisso  e dedicação
                                    Quadro já acabado - fevereiro de 2014. Dimensões: 48 x 154 cm
                                   Detalhes do trabalho do lado direito do quadro.
                                  Detalhes do trabalho do lado esquerdo do quadro.
                                  Detalhes da parte central do trabalho.


domingo, 23 de fevereiro de 2014



Naquela vez, como em outras vezes,






Foto de minha esposa com meu filho mais velho - em 1976 ou início de 1977 no Rio de Janeiro, em nosso apartamento no bairro Jabour - Senador Camará - 


NAQUELA VEZ

28 dez. 2007 ( POEMA 2007 /  13 )

Naquela vez, como em outras vezes,
nossos dias lindos.
Éramos ainda como anjos inexperientes no louvor,
Catávamos flores para doá-las como prova de amor.
Nossos olhos e nossos ouvidos eram felizes.
Como num poema, descobríamos versos nas coisas simples.


Naquela vez, como em outras vezes,
nossos dias felizes.
Era como se a alegria pudesse ser abraçada.
Quando qualquer lugar era um bom lugar.
Qualquer gesto era uma lição nunca esquecida.,
E você, naquela vez, como em outras vezes,
me ensinava a viver.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014




Foto no ribeirão Guaratinguetá - no Clube das pedrinhas - Sem nenhum arranjo - este galho branco estava sobre a pedra por ação de enchente. Foto por celular . autor: José B. Maciel

Poema trino para nós.
Poema 98 / 4 - março de 1998

I - 
Na escritura do sol,
deciframos seu enigma.

Na escrita da alma,
deciframos nossos anseios.

Nas réstias do corpo,
nossa escrita de mortais.

Nos cristais da pele,
nossa memória de anjos.

II - 
Já não somos crianças.
Nossos dias são de 
existir em nós caminhos.

Dia a dia sorvemos
os aromas da esperança
e criamos ramos de crença.

Com passos de anjos,
surgimos aqui e ali,
num circulo de giz,
sobre o invento de
nossos dias felizes.

III -
Na escrita de nossas
promessas, inventamos
 o calendário de
nossos dias felizes.

Alçamos nossa bandeira
como símbolo de 
nossos dias felizes.

Na escritura do sol,
na escrita da alma,
nas réstias do corpo,
nos cristais da pele,
e até onde houver
escrita e calendários,
irão nossos dias felizes
nascendo como aves.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Foto e Poema;


Foto de flor em meu jardim. Foto de José B. Maciel

POEMA: Escrever. Escrever com pétalas.

um diário como se procurasse
uma escrita de pátria e sal.
Um calendário como espelho,
testamento escrito com flores.

Uma linguagem de coisas
nascendo nos jardins da alma.

Um invento de passaportes.
Identidade de viagem de ida e volta.

Verbos que arrastam o poema
e a mim
aos quatro cantos da vida.

Escrever. Escrever teu nome
em uma pedra. Não com letras
mas com jasmim.


Julho de 2000

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

 Foto minha no ribeirão Guaratinguetá - o cheiro da flor do bastão traz muitas lembranças da amada!!


POEMA 2009 / 4

03 / 04 / 2009.


Tecer as amarras
                    da esperança
com fios de tuas metáforas.

Evocar os tecidos
         da memória
com fios de teus
           adjetivos.

No silêncio das coisas
                   não ditas,
calar esta dor,
preencher este vazio
com canteiros de tuas

                           rosas.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Muitas vezes, distante de minha amada, ouvia no meu coração as letras deste poema "Posso escrever os versos mais tristes esta noite., Meu coração a procura, e ela não está comigo. Porque em noites como esta eu a tive em meus braços,

Fiz algumas mudanças no poema. adaptando-o ao momento da perda, da última separação, de minha amada esposa..


PABLO NERUDA

(1904-1973)

Veinte Poemas de amor y una canción desesperada (1924)

Poema XX

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: “A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros, ao longe”.
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu a desejei, e  ela também me desejou.
Nas noites como esta eu a tive em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ele me desejou,  eu também a desejava.
Como não ter amado os seus grandes olhos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho mais. Sinto que a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho que seca.
Que importa que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
Minha alma não se contenta em tê-la perdido.
Como para aproximá-la o meu olhar a procura.
Meu coração a procura, e ela não está comigo.
A mesma noite faz branquear as mesmas árvores.
Nós, os de então, e eu já não sou o mesmo.
Ainda  a desejo, é verdade, tanto quanto a desejei.
Minha voz procura o vento para tocar o seu ouvido.
Procuro ainda sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos.
Ainda a desejo como antes, é certo, mas como esquecê-la?
É tão curto o amor, e é tão longa a separação.
Porque em noites como esta eu a tive em meus braços,
a minha alma não se contenta com tê-la perdido.
Ainda que  esta não seja a última dor que ela me causa,
e estes não sejam os últimos versos que lhe escrevo.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Pescaria na Capituba em Guaratinguetá - 24 de janeiro de 2014 com meus amigos Marco Antônio Corrêa de Oliveira e Marco Aurélio Corrêa de Oliveira.



POEMA 2009 / 2

28 / 03 / 2009

Museu imaginário à beira rio.

Ranhuras nas pedras à beira d’água;
cheiro de ervinhas em flor no verão;
sendas de pássaros por entre folhas;
sons de água por entre galhos caídos;
desenhos de insetos sobre areia molhada;
sombras de árvores sobre o rio;
barulho de aves à distância.
E um silêncio de contemplar
este quase nada que me faz feliz.
José B. Maciel

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

" Para não dizer que não falei de flores." Geraldo Vandré
Além de peixes, também aprecio as flores. São fotos feitas por mim. Veja o poema abaixo sobre "meu" rio!

                       

Lambari do Ribeirão Guaratinguetá - Bairro da Capituba - Foto de José Benedito Maciel

Flores do meu jardim - lírios em meio aos pingo de ouro em um dia ensolarado. Foto de José B. Maciel - Quem aprecia uma flor, aprecia o mundo com outros olhos.

POEMA 2009 / 8 - 23 -03 -09 - 

De tanto ir àquele lugar,
fecho os olhos e vejo o rio,
sempre indo embora
( como a vida ).
As águas não param.
O céu continua longe.
Perto mesmo são as pedras,
clarinhas, clarinhas,
depois da enchente.

Alguns pássaros já se acostumaram
com meu chapéu e com meu silêncio.

Lambaris pequenos já não estranham
meus pés n’água.

Houve vez que preás conversavam
comigo de longe.

Hoje somente os quero-quero falam
comigo, sempre dois a dois.
Protestam minha invasão.

Trouxe para casa uma pena de garça.
Vi, depois, que dela escorriam

memórias de meu rio e suas descobertas.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

“ Porque tua voz ao meu lado estava.” James Joyce.

O que espero do poema


15 / 3 / 2013

O que espero do poema,
daquele  que ainda há de vir,
que há de pousar, de surpresa,
talvez na nuca,
ou no verso da página;
talvez no entre-fôlego,
ou na pausa,
ou no recanto mais escondido.

O poema que não tem adjetivos,
O poema da palavra esperada.
Um verso no escabelo da hora,
no vazio do corpo solitário.

A palavra que espero ouvir,
e que sonho escutar suas rimas,
o som, talvez, os passos dos amantes,
ou o peso das aves, do vôo sem destino
e seus espaços; pássaros que chegam 
e bicam as vogais nos versos que espero.

O que espero no poema:

espero ouvir tua voz, amada!


sábado, 18 de janeiro de 2014

Poema que li no funeral de minha amada esposa, na manhã do dia 07 de janeiro, cerca de nove horas e trinta minutos. Lá estavam seus cinco filhos, netos noras, genros , familiares e amigos para dar o último adeus:

O FIM.

20 / 04 / 1972

Em 1972 ou 1971, lendo os poemas de Karfeldt, prêmio Nobel de literatura de 1931, , fui inspirado a escrever este poema. 

Este foi o fim que imaginei para nós dois. Mas agora, separados pela morte, uma distância impossível de ser ultrapassada, ainda sonho em encontrá-la; de nos beijamos de tomarmos as mãos e juntos irmos ao céu dos amantes, aos azuis sem fim.




“ Talvez, algum dia em que você estiver me olhando, / 
Será nos tempos de primavera, de verde e flor. / 
Estarei a mirar em seus olhos e lembrando... / 
E eu direi: - não me olhe assim, amor! /
 Meu coração se voltará ao seu – irá lentamente, / 
e você estará sorrindo. Suas mãos procurarão as minhas / 
nos beijaremos meigamente. 
 Nos miraremos tão maravilhosos por nossa paixão!”



“ Você não precisará mirar-me sofrendo, / 
e se for o caso, eu me calarei para entender a sua pena; / 
Juntos dissiparemos a dor, nos contendo. / 
Faremos nosso caminho na neblina calma e serena; /
e você dirá: - que caminho é este, amor, onde vamos? / 
Eu olharei para seus olhinhos tão belos e fundos e direi:  / 
-Lembra, amor, do céu que juntos sonhamos? / 
- Estamos indo a ele! E iremos aos azuis dos céus sem fim”

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Poema que escrevi para minha esposa, ( na época namorada ) Maria Filomena dos Santos, nascida a 06 de agosto de 1956 e falecida em 06 de janeiro de 2014.
Este poema eu escrevi em 14 de junho de 1972, poucos dias antes de eu ser desligado do Colégio Técnico Industrial de Guaratinguetá ( primeira turma do COTEC ) e entrar nas Forças Armadas como aluno na Escola de Especialistas de Aeronáutica ( EEAR) no curso de eletrônica.

Para Maria F. dos santos

" Eu nunca te banirei de minha memória,
nem haverá resto de um amor insano,
nem mistérios nas sombras de nossa história,
onde dormirás, sem que haja penas,

e de onde sempre dirás de um amor, único amor,
que sonhas em teu sono humano.
Nunca te perderei de meu peito nas noites serenas,
e ainda te amarei, mesmo quando só me sobrar a dor!

Dar-te-ei como poeta, um espelho para contemplares
tua beleza, que debalde a ti tento cantá-la;
as brisas para açoitarem teus cabelos e meu olhar
onde mirarás toda a eternidade deste sonho.

Dar-te-ei as portas de minha ventura,  de
meu prazer e  pezar.
E todo instante para seres o que és, e proponho
dar-te mais: toda minha vida, meu sossego e agitação.
Dar-te-ei, amada, o meu amor, e por te amar, o meu coração!


Foto pouco antes da descoberta do câncer. Ela foi forte, paciente e esperançosa. Foi mãe. amiga e conselheira mesmo em face da dor e da incerteza do futuro. Eu me sinto tão pequeno sem ela!!!


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Poema ( Soneto ) Para Minha Esposa escrito em 23 / 09 / 1971. 42 anos atrás.

Mena é o nome carinhoso para Filomena - Falecida em 06 de janeiro de 2014.

" Você é a minha própria poesia.
É a flor interna de meu jardim.
É rosa amarela, é violeta, é jasmim.
É toda pura, singela e harmonia.

Você é luz de meu coração.
É a minha paz, minha vida.
Você é toda a minha paixão.
Minha, sempre minha querida.

Você foi o despontar da aurora,
como uma luz límpida e serena,
que já muito brilhara outrora

em meu peito que viveu a lembrar
de você, sempre minha Mena,
e que sempre hei de "te amar".


Foto recente e foto no dia de nosso casamento em outubro de 1975- Ela continua sendo a menina de meus sonhos!!!!