sábado, 24 de setembro de 2022

 

Poema 2022 / 7

24 janeiro 2022

Descobri que é mais fácil falar de pássaros do que alçar seu voo.

Descobri que é mais fácil falar sobre a esperança do que alcançar a sua paz.

Descobri que é mais fácil falar do poema, do que embarcar no seu abrigo gentil.

Descobri que a palavra poema me redime.

E por estar livre, escrevo teu nome com rosas e jasmim.

A palavra poema me convida a escrever sobre as coisas e seus segredos;

Sobre coisas minhas e tuas;

coisas de ontem e de hoje;

coisas da terra e da lua;

coisas onde minto;

coisas onde digo sim;

coisas onde digo não;

sobre coisas que conheço;

coisas que desconheço;

coisas alegres e coisas tristes;

coisas da vida e do coração;

sobre coisas que existem e sobre coisas inventadas por crianças no jardim da infância.

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

 


 

Poema 2022 / 3

15 janeiro 2022

Descobri que estava a fazer poesia

quando, ainda menino, disse palavras mágicas 

para flores que mantiveram seu silêncio,

como anjos que me vigiavam.

 

Quando desenhei luas e estrelas

no vão das conversas.

 

Quando, para iluminar a sombra da noite, 

imaginei vestir-me de vagalume.

 

Quando construí um voo de pedra sobre o lugar

 em que estavam nossos frágeis sonhos.

 

Quando mergulhei nas águas rasas dos ribeiros 

e me encontrei nas águas profundas do pensamento de menino.

 

Quando me deixei ser ensinado por pássaros e aves nas tardes à beira dos rios.

 

Quando o tamanho do mundo não importava diante da presença da amada.

 

Quando uma palavra da amada era mais bonita que um vaso de flor na janela.

 

Agora eu sei. Sou poeta quando no território da dor, 

no atrito do açoite, ainda percorro os passos da infância.

 

 

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

 


 

15 / 09 /  2022

LIÇÃO SOBRE POESIA I

 Alguém disse que certas palavras

servem para poesia.

Servem para escrever versos,

servem para frases bonitas no papel.

Palavras possuem peso e magia.

Possuem o peso de uma nuvem num céu anverso.

 

Quem há de saber este milagre?

Quem há de festejar as notícias do poema?

 

Quem abrirá o livro e dirá:

- Bendito o que nos envia este bálsamo!

 

- Bendito o que nos convida a apreciar

as miudezas , as coisas singelas,

com o mesmo peso com que

apreciamos as estrelas!

 

Bendito o homem que sonha,

Bendito o homem que acredita,

o que escreve, o que lê e o poeta