sexta-feira, 28 de outubro de 2022

 


 

Poema 2022 / 35

 28 / 10 /  2022

 

DE VERSOS E POEMAS

 

De versos e poemas

De flores no papel

Quero o cheiro que se insinua

Quero os gestos das vogais

Quero o riso presente

A paisagem e a lua

Quero o aceno como um convite

Quero o sopro das palavras mansas

O som do afeto

O encontro ainda que ausente

O beijo ainda que distante

Teu corpo onde me completo

Do hiato entre as sílabas

Quero a fome do vento

Dos versos e poemas

Quero o desfrute, a delícia

Onde viver me contenta

Do apelo para a paz

Uma escrita que a sustenta.

 

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

 


A UM PASSO DO PARAÍSO

 

Viver. A um passo do paraíso

Preciso de mais poesia

Menos tempos trabalhosos

Viver. A vida é coisa boa

Viver para participar deste banquete

Entoar a canção do adeus

A qualquer momento

Preciso de menos paredes

Menos páginas preenchidas

Mais páginas em branco

Viver sem portas e janelas

Viver a paisagem

Aquela que vi um dia destes

Um verde sem igual

Um convite para não para acenos

Mas aquietar-se e sonhar

Viver. Apreciar meu nome José.

Recitar o poema, e agora José

Aguardar a resposta com doçura e

Paciência, porque estou

A um passo do paraíso.

José Benedito Maciel

27 / 10 /  2022

 

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

 


17 / 10 /  2022

 


EU FALO DE POEMA

 

Eu falo de poema porque

flores de goiabeira

enfeitam a calçada.

 

Eu falo de poema porque

o mês é outubro

e a primavera, alcançada.

 

Eu falo de poema como

se poema fosse uma confissão,

uma súplica, uma oração.

 

Eu falo de poema porque

careço de adjetivos,

de vozes do coração.

 

Eu falo de poema porque

necessito deste descaminho

para me encontrar.

 

Eu falo de poema como

se recebesse um pássaro

na mão a me encantar.

 

Eu falo de poema porque

quero desfrutar da festa.

Porque desejo apreciar

cada dádiva

que ainda me resta.


sábado, 24 de setembro de 2022

 

Poema 2022 / 7

24 janeiro 2022

Descobri que é mais fácil falar de pássaros do que alçar seu voo.

Descobri que é mais fácil falar sobre a esperança do que alcançar a sua paz.

Descobri que é mais fácil falar do poema, do que embarcar no seu abrigo gentil.

Descobri que a palavra poema me redime.

E por estar livre, escrevo teu nome com rosas e jasmim.

A palavra poema me convida a escrever sobre as coisas e seus segredos;

Sobre coisas minhas e tuas;

coisas de ontem e de hoje;

coisas da terra e da lua;

coisas onde minto;

coisas onde digo sim;

coisas onde digo não;

sobre coisas que conheço;

coisas que desconheço;

coisas alegres e coisas tristes;

coisas da vida e do coração;

sobre coisas que existem e sobre coisas inventadas por crianças no jardim da infância.