sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Um poema de seis anos. Nova postagem no meu blog. Ainda sou poeta, mesmo ante as vicissitudes da vida!!


 Um poema de 2007 e algumas páginas de meu livro de artista de 2013.

POEMA 2007 / 11

27 dez. 2007

Uma só palavra – são tantos os silêncios.
São tantas as indagações sem resposta.

Prosseguir como anjo,
pousar como pássaro,
viver como guerreiro,
sonhar como um menino.

Fazer da letra uma festa.
Restaurar o sentido de amar.
Ter a atitude de contemplar
                      Deus no altar.

Saudar as crianças com
   penas brancas.

Lançar um lenço às mulheres,
e nele ter escrito uma palavra
que só as que amam 
possam entender: Vincendo!






segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A outra fala do poema - Colagem - tamanho A4 - 2001


Como ainda procurasse
a outra margem do rio,
como ainda esperasse
a outra margem do verso,
como ainda escutasse
a outra fala do poema,
como ainda buscasse
um outro som no silêncio;
o outro tato do vento
me alcança,
o outro lado do poema,
ainda soletro,
a outra face de nossa canção
ainda solfejo,
a outra margem de tua voz,
ainda aprecio,
e os acordes de nossa
                           esperança
ainda me pertencem.

Poema 2013 / 20
18 / 09 /2013




sexta-feira, 11 de outubro de 2013


O artista e a obra. Colagem em folha A4 - Ano: 2010

POEMA

Para o que chega,
e o que parte;
para o que ama,
e o que silencia;
para o que canta,
e o que escreve;
para o que compõe,
e o que entoa a
canção,
para o que lê
e o que espera
ouvir;
a poesia não tem
pátria, nem senhor;
está ao alcance
de todos – basta
buscá-la, de coração!

Doar o poema, sem
muros, sem arrimos,
a canção sem  dono;
o som do coração;
reservar a palavra
mais bela para
os homens sem esperança.

Cultivar uma flor
na bagagem
dos vocábulos
sem adjetivos.

Doar a canção,
aquela que de
quando em quando
te leve a ser anjo,
que de manso
chega trazendo
notícias de amor!

POEMA 2010 / 21
 06 NOV. 2010

terça-feira, 1 de outubro de 2013





Quase um poema - Colagem em folha A4. Datado: dez. 2012



QUASE UM POEMA



Quase um poema na palma da mão,
um quase sussurro na palma do vento.
quase uma pétala no caule do vocábulo,
um quase verso ao dizer teu nome.

Assim, quase uma captura da voz,
um quase nada no gesto das vogais.

Reter na memória o quase tudo,
mesmo o quase nada, a carência
das estações e seus rumores.
Quase uma pintura, a lembrança,
o som, a flauta, o pássaro, a fruta,
a espera, teu cheiro e tua mão.

Um quase nada, as fendas do dia,
o desgaste da noite, o silêncio
 e suas lágrimas de sal e prata.

Quase uma memória. Você na janela.
Uma rua, árvores e pedras, nossos dias,
nuvens, a chuva, primavera, você e eu.
- quase um poema na palma da felicidade!


Poema 2013 / 4   - 18 jan. 2013


terça-feira, 24 de setembro de 2013

AQUI EU SEI ( II )



O fim de todas as coisas - pintura ( guache e acrílica ) sobre papel A4 - Ano: 2010


AQUI EU SEI ( II )

Do que eu sei e do que não sei,
do que soube e do que nunca soube;
está a única certeza:
eu não sei o fim de todas as coisas.

Sei o início da palavra,
daquela que já disse, e se
ainda não disse, ecoa em mim,
a palavra que existe
em nós como um grito,
talvez, um silêncio doído,
a palavra que não queremos dizer,
mas sabemos com certeza que
existe em mim, em ti, nele,
nela, neles e em nós.

Sei o som da palavra,
sei contar suas duas vogais 
e suas três consoantes,
sei suas sílabas e entonação,
mas não sei a sua dor e queria
poder não saber – não saber –
não saber!

Poema 2013 / 12
12 / 06 / 2013.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013



Aqui eu sei - Colagem  e pigmento aplicado a corretivo - em folha A4 - Datado: 2012


AQUI EU SEI ( I )

Não sei o fim e nem
o inicio de todas as coisas,
mas uma coisa eu sei:
é que poema é poema;
palavra ainda é palavra;
pedra ainda é pedra;
contudo, árvores são pássaros;
pássaros são asas;
asas são sonhos;
o sonho é encontro;
encontro é espanto.

Margem é o outro lado;
o outro lado da história,
o outro lado é o silêncio;
aqui, o barulho, eu sei;
o som na pele;
na escrita, na palma
da esperança.

Aqui, as âncoras,
as ferramentas
da invenção, eu sei.
12 / 06 / 2013-06


sexta-feira, 6 de setembro de 2013


Bem que poderia escrever um poema


  Lição de poeta 2 - crayon e guache sobre folha A4 - Dimensão: 28 x 19 cm -  Data: janeiro 2013



 Bem que poderia escrever um poema

Bem que poderia escrever um poema
para este momento
e soltá-lo ao vento. Aguardar
a resposta inesperada. O verso
solto. Palavras suaves chegando
de manso. Adjetivos carinhosos
e advérbios de tempo do sorriso.

Você na minha porta. Seu rosto
na memória. Um poema escrito

ainda na infância. Um caminho a dois.

Poema 2012 / 10 - 07 / 11 / 2012

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

BEM-AVENTURADO O QUE NOS ENVIA UM POEMA




 Lição de poeta - guache sobre papel - tamanho A4 - ano 2010

POEMA 2010 / 22

06 NOV. 2010

Bem-aventurado
o que de manso
chega trazendo
notícias de amor.

Chega na manhã em
que a palavra
poema gera
um verbo suave
na boca do moço,
no ouvido da amada,
nas sombras das aves,
nos ventos nas folhas,
no alarido das crianças,
nas imagens vistas
pelos amantes;
bem-aventurado
o que de-repente
chega trazendo
nomes antigos,
a nossa pátria
de versos na língua;
uma bagagem de fé,
um riso sem alarde,
um abraço meigo,
um olhar como de
menino – uma luz!

Bem-aventurado
o que nos envia
um poema, uma voz,
um alarido de canções,
um ressoar espantos,
um espelho onde
miramos o milagre;
um pátio sereno
de coisas que
esquecemos de
buscar,
e ao encontrar,
dizemos:
bem-dito o

nome de Deus! 

sexta-feira, 23 de agosto de 2013


um menino sonhando ser poeta

                              um menino sonhando ser poeta - colagem, crayon - folha A4  - ano: 2006

POEMA 2009 / 23
20 / 06 / 2009.

Naquele tempo havia,
entre outras coisas,
o cantar do galo;
gato atrás de rato;
cabrito no campo;
ervas no terreiro;
porco na engorda;
gado no pasto;
galinhas no paiol;
brasa no fogão;
cinzas na roupa;
passeio de carroça;
pesca nas tardes;
escola nas manhãs;
missa nos domingos;
meninos de calça curta;
meninas de saia longa,
frutas no pé;
água  na caneca;
café no bule;
bolo de fubá;
balde na cacimba;
banho no açude;
colheita de algodão;
chá de camomila;
tudo isto e um menino
sonhando ser poeta
mesmo antes da

palavra ser escrita.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013


" Sou poeta e aprendi a amar."



                                       O poeta diante do espelho - colagem - folha A4 - ano 2000

              Hoje encontrei um jovem amigo que citou a música de Cássia Eller que diz: - " Sou poeta e não aprendi a amar."; dizendo - você é um poeta que aprendeu a amar. Foi muito legal e inspirador!!! Agradeço pela generosidade de suas palavras.
              Abaixo publico um poema meu de 2000. Este poema fez parte uma exposição que fiz na Casa Conselheiro Rodrigues Alves, em Guaratinguetá, no ano de 2003 - A exposição de desenhos, pinturas e poemas foi intitulada: jardim das almas.
                   

A ALMA É UM JARDIM
Poema 2/2000


A alma é um jardim.
Primaveril, floresce no poema.

Em setembro, alça vôos com borboletas.

Um mar de rosas, os canteiros do corpo.

Teu nome, aberto às aves do campo,
é uma página escrita com flores.

Nas sementes da alma,
em qualquer paisagem,
meus olhos possuem
flores que vejo em ti.


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

MEU RIO

Ribeirão Guaratinguetá - ( Rio Pedrinhas ) - Capituba - Foto de José B. Maciel


 MEU RIO

De tanto ir àquele lugar,
fecho os olhos e vejo o rio,
sempre indo embora
( como a vida ).
As águas não param.
O céu continua longe.
Perto mesmo são as pedras,
clarinhas, clarinhas,
depois da enchente.

Alguns pássaros já se acostumaram
com meu chapéu e com meu silêncio.

Lambaris pequenos já não estranham
meus pés n’água.

Houve vez que preás conversavam
comigo de longe.

Hoje somente os quero-quero falam
comigo, sempre dois a dois.
Protestam minha invasão.

Trouxe para casa uma pena de garça.
Vi, depois, que dela escorriam
memórias de meu rio e suas descobertas.
POEMA 2009 / 8 --23 -03 -09


terça-feira, 13 de agosto de 2013






Uma frase para meu poema.



o artista diante da tela em branco. Colagem - tamanho A4 - 2007  



Encontrei uma frase no jornal.
Uma frase. Apenas uma frase escrita.
Um estopim – a largada para o poema.
Um vão que se abre. Um alarido da  memória
Um pensamento que se move.
Um vento de lembranças.
São palavras – São ecos.
Aves que alçam vôo.
Borboletas que pousam no papel.
Acenos de outras estações.
Frutos de teu pomar interior.
São flores de tua infância.
É o poema que chega e salva.
Um canto silencioso que conforta.

Escrever é negar o esquecimento.

POEMA 2009 / 10 - ( 30 / 04 / 09 )

sexta-feira, 9 de agosto de 2013




 Não entender faz parte do apreciar. Colagem, guache - 29,5 x 21 cm - datado - 12/1/12



ANTES DE DIZER ADEUS

08/Abr a 02 / jun/ 2013.

Antes de dizer adeus:
Deixar um poema escrito com rosas;
desenhar flores nos vazios das horas;
compor uma canção com acenos de
                                             saudade;
pintar um quadro com as cores que
                                          vejo em ti;
amar os pássaros ainda com a inocência
                                          de menino;
apreciar horizontes e seus caminhos
                                              sem fim;
ler cartas antigas para saciar as vozes
                                          do coração;
recitar palavras de amor para ficar
                                         mais jovem.

ser poeta mesmo em dias nublados;

saborear tua presença como fruto doce
em sua estação
e continuar de olhos abertos para não

perder nada do milagre de cada dia.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Hoje, uma flor há de nascer
no  meu jardim.


Decifro o canto dos pássaros
ciente das horas esquecidas.

O som de ave cativa meus anjos,
suas asas levam meu tesouro.

Ainda estou nas fendas de outubro,
meus olhos passam em revista
os vocábulos das
flores de novembro.

Não esqueço da linguagem
das aves.

Hoje, uma flor há de nascer
no meu jardim,
para o deleite de meus anjos.
e dos pássaros.

Quando nasci, encontrei meu canto;
esperei minha primeira estrela,
ela ainda brilha nos dias felizes
graças à vida que me há dado tanto.


Escrito em: 10 / 11 / 1998



Leitura - lápis de cor e caneta esferográfica - Ano 1984 - folha 4



Carregando flores - lápis de cor e caneta esferográfica - Ano 1984 - folha 4

domingo, 4 de agosto de 2013

marciademoraes.blogspot.com/‎


POÉTICA 

    " Poemas são como aquarelas tipográficas, são flores estranhas que um jardineiro maluco rega e aduba sem saber se tem alguma importância."

Nelson Capucho - jornalista, cronista e poeta.                                                                                                       


  

                                             
              Monotipia com giz de cera sob papel jornal  - Ano 2000 - Tamanho: A4

Sob o luar - 1990 - colagem, desenho a caneta e láis de cor - Tamanh - foha A4

                                             POÉTICA

Vento na janela,
silêncio na tarde,
e mimos no jardim.

Avencas no muro,
espaço com flores,
e teu sorriso para mim.

Notícia de amor,
retrato na parede
e cheiro de jasmim.

Brilho na alma,
palavras de poeta
e folhas de alecrim.

Alguém na porta,
brilho nos olhos
e notícias para mim.

Folhas de agosto,
chuvas de setembro
e um outubro sem fim.

Olhos de menino,
coração de poeta
Novembro é mesmo assim.

23 nov. 2002

terça-feira, 30 de julho de 2013

 Para que serve um poema
Data: 24 / 03 / 12 - Postado em 30 / julho / 2013

( Para que serve um poema ),
neste momento, se entre pedras,
pedras do caminho, por entre folhas,
se por entre linhas da memória, estou?

Uma palavra na dobradura da esperança.
Um verbo no seio da centelha.
Um paço preenchido por acenos.
( Para que serve um verso na metáfora
                                        da noite. )

A palavra mais bonita, direi
quando  estiver sem pétalas,
por ter  doado a esperança.
( Para que serve um poema )
por ter acrescentado vazio,
onde era para preencher,
( Para que serve o verso )
por ter sido barrado por portas estreitas,
e não ter visto o caminho mais largo;
( Para que serve a palavra )
por ter dito coisas que não
eram para serem ditas;
( Para que serve a vírgula )
por ter prosseguido
quando era para ter parado;
( Para que serve uma frase )
por ter sido silêncio, quando
era para entoar uma canção.



                            
                                          Vendo o mar - Ano: 1971 - Guache - Dimensão - Folha A4

domingo, 28 de julho de 2013

Poema 2013 / 8 - Quisera - e monotipia

QUISERA

Quisera sempre falar de poema como
 quem descreve um encontro de amor.

Quisera eu clamar teu nome
como quem antecipa a primavera.

O fato é que existem palavras
que fazem a jornada mais feliz.

A foto que ficou na memória
foi  por existir nela nossa canção.

Quisera ainda pacificar teus adjetivos
como quem diz palavras suaves ao ouvido.

O fato é que ainda falo de poema

como quem descreve os gestos da amada.  26 / 3 /2013

                                                Silhueta em branco - monotipia em papel A4 - Ano 2000


sábado, 27 de julho de 2013

Desenho e poema

                                           
                                          Romeu e Julieta - 1985 - Desenho - lápis de cor, caneta e guache
                                          dimensão: 20 x 15,5 cm

                                  " Como quisesse um adjetivo para o dia, escrever teu nome;
                                   como quisesse alegria para o momento, ouvir tua voz;
                                   como quisesse uma palavra para meu poema, reinventar nossos dias felizes.
                                                    " 11 nov. 2005
O que espero do poema


15 / 3 / 2013

O que espero do poema,
daquele  que ainda há de vir,
que há de pousar, de surpresa,
talvez na nuca,
ou no verso da página;
talvez no entre-fôlego,
ou na pausa,
ou no recanto mais escondido.

O poema que não tem adjetivos,
O poema da palavra esperada.
Um verso no escabelo da hora,
no vazio do corpo solitário.

A palavra que espero ouvir,
e que sonho escutar suas rimas,
o som, talvez, dos passos dos amantes,
ou o peso das aves, do vôo sem destino
e seus espaços; pássaros que chegam 
e bicam as vogais nos versos que espero.

O que espero no poema:

espero ouvir tua voz, amada!

“ Porque tua voz ao meu lado estava.” James Joyce.


quinta-feira, 25 de julho de 2013

Oração de artista - 26/03/2012

Que o poema e as cores cheguem de surpresa,
como aves que pousam no quintal.

Que a composição seja colorida,
e os contornos dos desenhos, suaves,
fortes, às vezes,
e os poemas, uma extensão do meu sonho de homem.

Que venham folhas e mais folhas, papéis
azuis, rosas, verdes, amarelos, vermelhos;
e  tintas, e que eu saiba onde colocar cada
pedaço, cada pincelada, para, assim, ter
alegria no fim da peça acabada.

Que do arranjo das formas e das cores,
possam surgir, aqui e ali, casinhas, círculos,
sombras, frutos, aves, triângulos amorosos,
quadrados cheios de graça e linhas que
cortem o pensamento ao meio, ou sejam
como acenos da infância.

Que em todos os dias, surja uma nova ideia;
um risco uma forma - uma busca e a
alegria da obra sonhada.

E no fim, na assinatura, o namoro, o
apreciar e a palavra final: benditas as horas
e os momentos de meu tempo mortal.




O véu da memória - 2003 - Colagem - 17 x 24 cm.

"Possuo um olhar de aprendiz". 09/01/2013



Assim o vejo - 2007 - Colagem - 17 x 24 cm.



Ícaro - 24/07/1976 - Desenho e colagem - 16 x 23 cm



Rostos - 2000 - Colagem - 17 x 24 cm.



Composição I - 2007 - Colagem - 17 x 24 cm.



Tempo de infância - 08/1998 - Colagem e guache - 17 x 24 cm.



O criador e a obra - 2000 - Colagem e criayon - 17 x 24 cm.



Composição - Amigos - 2006 - Desenho, cola e crayon - 17 x 24 cm.