domingo, 22 de junho de 2025

  Meu tamanho do mundo

 


Meu tamanho do mundo

não cabe nas linhas

deste poema.

 

O tamanho da alegria

são notas sonoras

de uma antiga canção.

 

A dimensão da esperança

medimos pelas pétalas

das flores que admiramos.

 

O tempo do poema é quando

o silêncio é tal que

ouvimos as aves

que já se foram.

 

Meu assombro é que

o poema se

alimenta, algumas vezes,

de vozes que já se calaram.

11 / 04 / 23 


domingo, 18 de maio de 2025

 Prefiro poesia - 29 de abril de 2025

 

Prefiro poesia

 

Lendo os poemas de

Wislawa Szymborska

chego à conclusão

que prefiro poesia

ao conto de fada

ou mesmo à crônica.

Alguns podem gostar

de manchetes nos

jornais, eu gosto de

poemas.

Gostar de poesia não

é problema, o proble-

ma é encontrar a

poesia escrita, cada

vez mais rara  nos

jornais e revistas.

 

A poesia, às vezes,

é como um animal

que se esconde.

Precisa ser procurado

com afinco. Gosto de

poesia como gosto

de um gato; ele foge,

tem seu tempo de

sumiço, e depois

reaparece lindo,

macio e amigável.

 

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Ânfora


 

 Ânfora

13 / 02 / 23

 E por falar em poesia,

descubro outros segredos

no seio da palavra poema.

Descubro, por exemplo,

a palavra ânfora.

Guardo nela segredos,

coisas de poeta e de menino.

 

Às vezes, nossos segredos

não cabem num vaso qualquer,

nem em todas as linhas deste poema.

 

Às vezes, o desenho nas palavras

são as luas dos meses do ano,

e em cada lua, um não sei o quê

de lembranças e anseios.

 

E por falar em páginas,

páginas da vida, de hoje,

de ontem e de amanhã,

escrevo duas palavras:

- afeto e amor.