VENHA O POEMA CERTEIRO
29
/ 01 / 23
Venha o poema certeiro
mesmo quando ainda de olhos fechados
vejo a luz por entre folhas e frutos
e ouço o canto de uma ave qualquer
Venha o verso certeiro
mesmo quando ainda de boca fechada
cito palavras bonitas por entre os silêncios
e ouço a voz da amada; dela, a minha mulher
Venha a palavra certeira
mesmo quando ainda nas primeiras sílabas
o poema já nasce e se apresenta
como uma confissão, uma oração,
uma redenção que a alma requer.
O que ainda não escrevi, em mim, reclama.
O que fiz e o que não fiz me desvela.
O som que ainda não ouvi me chama.
No poema, a palavra que ainda não chegou é bela.
A palavra que ainda não disse me revela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário