sexta-feira, 4 de agosto de 2023

 

 

VENHA O POEMA CERTEIRO

29 / 01 / 23

Venha o poema certeiro

mesmo quando ainda de olhos fechados

vejo a luz por entre folhas e frutos

e ouço o canto de uma ave qualquer

 

Venha o verso certeiro

mesmo quando ainda de boca fechada

cito palavras bonitas por entre os silêncios

e ouço a voz da amada; dela, a minha mulher

 

Venha a palavra certeira

mesmo quando ainda nas primeiras sílabas

o poema já nasce e se apresenta

como uma confissão, uma oração,

uma redenção que a alma requer.

O que ainda não escrevi, em mim, reclama.

 

O que fiz e o que não fiz me desvela.

O som que ainda não ouvi me chama.

No poema, a palavra que ainda não chegou é bela.

A palavra que ainda não disse me revela.

 

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