OUTROS POEMAS
01 / 10 / 23
De tanto ler escritos de outros poetas,
de tanto saborear suas palavras,
de tanto sair dos poemas
com a alma molhada por chuvas
distantes;
outras vezes, com os pés sujos
de lama e folhas mortas,
como se andasse em jardins
ou bosques úmidos pelo orvalho;
digo, ao ver a página do caderno em branco:
ainda há versos para serem escritos,
palavras para serem lançadas ao vento,
frases para serem saboreadas como um fruto maduro.
Digo que ainda há acenos e gestos no horizonte,
digo que há muito a ser descoberto
na minha inocência.
Digo que ainda há de se esperar que
uma ave pouse suavemente na janela,
e que você chegue devagar, mansa,
tão suave, que não espante esta ave,
este presente encontrado nas linhas
deste e de outros poemas.
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