segunda-feira, 6 de novembro de 2023

 

 



OUTROS POEMAS

01 / 10 / 23

 

De tanto ler escritos de outros poetas,

de tanto saborear suas palavras,

de tanto sair dos poemas

com a alma molhada por chuvas

                                    distantes;

outras vezes, com os pés sujos

de lama e folhas mortas,

como se andasse em jardins

ou bosques úmidos pelo orvalho;

digo, ao ver a página do caderno em branco:

ainda há versos para serem escritos,

palavras para serem lançadas ao vento,

frases para serem saboreadas como um fruto maduro.

Digo que ainda há acenos e gestos no horizonte,

digo que há muito a ser descoberto 

na minha inocência.

Digo que ainda há de se esperar que 

uma ave pouse suavemente na janela,

e que você chegue devagar, mansa,

tão suave, que não espante esta ave,

este presente encontrado nas linhas 

     deste e de outros poemas.

 

 

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