Oferenda - poema de 1996.
Trago aqui o coração
Que, de tanto amar, ofertei-o
Em pequenas doses,
às nuvens e aos recantos das aves.
Trago aqui as mãos vazias,
Pois ofertei o orvalho
De manhãs antigas
Que possuía em meus dedos de água.
Trago aqui os olhos ansiosos,
Como cestos incompletos
Para saciá-los com meu desejo
De colher frutos neste imenso
Pomar de poeta.
Trago aqui no corpo, como de pedra,
No silêncio que a vida vai cortando,
fatias de meu nome sob as águas,
Sobra de meu pranto.
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