quinta-feira, 29 de agosto de 2013

BEM-AVENTURADO O QUE NOS ENVIA UM POEMA




 Lição de poeta - guache sobre papel - tamanho A4 - ano 2010

POEMA 2010 / 22

06 NOV. 2010

Bem-aventurado
o que de manso
chega trazendo
notícias de amor.

Chega na manhã em
que a palavra
poema gera
um verbo suave
na boca do moço,
no ouvido da amada,
nas sombras das aves,
nos ventos nas folhas,
no alarido das crianças,
nas imagens vistas
pelos amantes;
bem-aventurado
o que de-repente
chega trazendo
nomes antigos,
a nossa pátria
de versos na língua;
uma bagagem de fé,
um riso sem alarde,
um abraço meigo,
um olhar como de
menino – uma luz!

Bem-aventurado
o que nos envia
um poema, uma voz,
um alarido de canções,
um ressoar espantos,
um espelho onde
miramos o milagre;
um pátio sereno
de coisas que
esquecemos de
buscar,
e ao encontrar,
dizemos:
bem-dito o

nome de Deus! 

sexta-feira, 23 de agosto de 2013


um menino sonhando ser poeta

                              um menino sonhando ser poeta - colagem, crayon - folha A4  - ano: 2006

POEMA 2009 / 23
20 / 06 / 2009.

Naquele tempo havia,
entre outras coisas,
o cantar do galo;
gato atrás de rato;
cabrito no campo;
ervas no terreiro;
porco na engorda;
gado no pasto;
galinhas no paiol;
brasa no fogão;
cinzas na roupa;
passeio de carroça;
pesca nas tardes;
escola nas manhãs;
missa nos domingos;
meninos de calça curta;
meninas de saia longa,
frutas no pé;
água  na caneca;
café no bule;
bolo de fubá;
balde na cacimba;
banho no açude;
colheita de algodão;
chá de camomila;
tudo isto e um menino
sonhando ser poeta
mesmo antes da

palavra ser escrita.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013


" Sou poeta e aprendi a amar."



                                       O poeta diante do espelho - colagem - folha A4 - ano 2000

              Hoje encontrei um jovem amigo que citou a música de Cássia Eller que diz: - " Sou poeta e não aprendi a amar."; dizendo - você é um poeta que aprendeu a amar. Foi muito legal e inspirador!!! Agradeço pela generosidade de suas palavras.
              Abaixo publico um poema meu de 2000. Este poema fez parte uma exposição que fiz na Casa Conselheiro Rodrigues Alves, em Guaratinguetá, no ano de 2003 - A exposição de desenhos, pinturas e poemas foi intitulada: jardim das almas.
                   

A ALMA É UM JARDIM
Poema 2/2000


A alma é um jardim.
Primaveril, floresce no poema.

Em setembro, alça vôos com borboletas.

Um mar de rosas, os canteiros do corpo.

Teu nome, aberto às aves do campo,
é uma página escrita com flores.

Nas sementes da alma,
em qualquer paisagem,
meus olhos possuem
flores que vejo em ti.


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

MEU RIO

Ribeirão Guaratinguetá - ( Rio Pedrinhas ) - Capituba - Foto de José B. Maciel


 MEU RIO

De tanto ir àquele lugar,
fecho os olhos e vejo o rio,
sempre indo embora
( como a vida ).
As águas não param.
O céu continua longe.
Perto mesmo são as pedras,
clarinhas, clarinhas,
depois da enchente.

Alguns pássaros já se acostumaram
com meu chapéu e com meu silêncio.

Lambaris pequenos já não estranham
meus pés n’água.

Houve vez que preás conversavam
comigo de longe.

Hoje somente os quero-quero falam
comigo, sempre dois a dois.
Protestam minha invasão.

Trouxe para casa uma pena de garça.
Vi, depois, que dela escorriam
memórias de meu rio e suas descobertas.
POEMA 2009 / 8 --23 -03 -09


terça-feira, 13 de agosto de 2013






Uma frase para meu poema.



o artista diante da tela em branco. Colagem - tamanho A4 - 2007  



Encontrei uma frase no jornal.
Uma frase. Apenas uma frase escrita.
Um estopim – a largada para o poema.
Um vão que se abre. Um alarido da  memória
Um pensamento que se move.
Um vento de lembranças.
São palavras – São ecos.
Aves que alçam vôo.
Borboletas que pousam no papel.
Acenos de outras estações.
Frutos de teu pomar interior.
São flores de tua infância.
É o poema que chega e salva.
Um canto silencioso que conforta.

Escrever é negar o esquecimento.

POEMA 2009 / 10 - ( 30 / 04 / 09 )

sexta-feira, 9 de agosto de 2013




 Não entender faz parte do apreciar. Colagem, guache - 29,5 x 21 cm - datado - 12/1/12



ANTES DE DIZER ADEUS

08/Abr a 02 / jun/ 2013.

Antes de dizer adeus:
Deixar um poema escrito com rosas;
desenhar flores nos vazios das horas;
compor uma canção com acenos de
                                             saudade;
pintar um quadro com as cores que
                                          vejo em ti;
amar os pássaros ainda com a inocência
                                          de menino;
apreciar horizontes e seus caminhos
                                              sem fim;
ler cartas antigas para saciar as vozes
                                          do coração;
recitar palavras de amor para ficar
                                         mais jovem.

ser poeta mesmo em dias nublados;

saborear tua presença como fruto doce
em sua estação
e continuar de olhos abertos para não

perder nada do milagre de cada dia.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Hoje, uma flor há de nascer
no  meu jardim.


Decifro o canto dos pássaros
ciente das horas esquecidas.

O som de ave cativa meus anjos,
suas asas levam meu tesouro.

Ainda estou nas fendas de outubro,
meus olhos passam em revista
os vocábulos das
flores de novembro.

Não esqueço da linguagem
das aves.

Hoje, uma flor há de nascer
no meu jardim,
para o deleite de meus anjos.
e dos pássaros.

Quando nasci, encontrei meu canto;
esperei minha primeira estrela,
ela ainda brilha nos dias felizes
graças à vida que me há dado tanto.


Escrito em: 10 / 11 / 1998



Leitura - lápis de cor e caneta esferográfica - Ano 1984 - folha 4



Carregando flores - lápis de cor e caneta esferográfica - Ano 1984 - folha 4

domingo, 4 de agosto de 2013

marciademoraes.blogspot.com/‎


POÉTICA 

    " Poemas são como aquarelas tipográficas, são flores estranhas que um jardineiro maluco rega e aduba sem saber se tem alguma importância."

Nelson Capucho - jornalista, cronista e poeta.                                                                                                       


  

                                             
              Monotipia com giz de cera sob papel jornal  - Ano 2000 - Tamanho: A4

Sob o luar - 1990 - colagem, desenho a caneta e láis de cor - Tamanh - foha A4

                                             POÉTICA

Vento na janela,
silêncio na tarde,
e mimos no jardim.

Avencas no muro,
espaço com flores,
e teu sorriso para mim.

Notícia de amor,
retrato na parede
e cheiro de jasmim.

Brilho na alma,
palavras de poeta
e folhas de alecrim.

Alguém na porta,
brilho nos olhos
e notícias para mim.

Folhas de agosto,
chuvas de setembro
e um outubro sem fim.

Olhos de menino,
coração de poeta
Novembro é mesmo assim.

23 nov. 2002