sexta-feira, 23 de agosto de 2024


 

Ausência pressentida


 

Ausência pressentida

 9 de agosto de 2024

Há uma ausência pressentida

Na palavra superfície,

Na soleira da vida,

Nas marcas da sombra,

Na luz nas frestas da janela.

 

Há uma indagação

Na marcha das horas,

No ritmo dos ponteiros,

Na aragem ou vento,

No silêncio ou no suspiro.

 

Há um pensamento contido

No poema silenciado,

Na canção inaudível,

Na cor não distinta,

No olhar raso,

de cabeça baixa.

 

Há uma submissão

No que a vida nos impõe,

Seja no raiar do dia,

Ou na noite e seu mistério;

A submissão

Ao desejo contido,

À palavra silenciada,

Ao gesto ignorado;

Porque há uma ausência

pressentida na pele e no sangue,

Uma incompletude,

Uma busca pelas manhãs e rostos

Da esperança.

domingo, 18 de agosto de 2024


 O QUE A VIDA PRECISA PARA SER BOA

19 / 07 / 24

 O que a vida precisa

para ser boa.

Poucas coisas são

valiosas.

Um toque da mão amiga.

Uma tarde para apreciar

pássaros.

Uma canção que nos faça

feliz.

Tudo na palma da mão.

O vento que nos toca

e a paisagem até onde

os olhos alcançam,

tudo tem sua medida,

altura e voz.

O dia para buscar a

canção de meus

pássaros

e as pegadas de meus

meninos.

domingo, 11 de agosto de 2024

 


Desfrutes
8 de agosto de 2024

 Hoje desfrutei das primeiras pitangas da estacão.

Desfrutei também de algumas cerejas vindo do Chile.

Em casa, o pé de acerola ainda não deu sua florada.

Nos vasos de morango encontrei flores que antecedem seus frutos.

Houve um tempo na infância em que as flores de aboboreiras me encantavam.

Minha avó plantava camomila e sua florada era um deleite aos olhos.

Minha mãe colhia agrião com ou sem flores na beira de riachos.

Em janeiro colhemos muitas goiabas maduras.

Lembro-me das touceiras de erva-doce nos terreiros da infância.

Chá de hortelã sempre foi um santo remédio.

 

domingo, 4 de agosto de 2024

 O que fiz e vivi

1º de agosto de 2024

O que fiz e vivi como menino são lembranças 

de descobertas e invenções.

Já bebi água de cacimba e água de rio.

Já me banhei em água de chuva,

Já comi mamão, laranja, goiaba e 

outras frutas no pé.

Já descobri ninhos de passarinhos e

 seus ovos coloridos.

Já peguei peixes em suas

 tocas e barrancos.

Ainda tenho muitos amanheceres nos olhos 

 e muitos aventuras na alma.

Ainda recebo acenos de lugares antigos de 

onde nascem minhas histórias e invenções.