terça-feira, 9 de dezembro de 2014
domingo, 30 de novembro de 2014
Poema 98 / 22 - 24 dez. 1998
" Sou um sonhador de muito esperar.
Sou capaz de inventar um mar
de sementes germinando portas abertas
para poder atravessá-las.
Sou capaz de ir aos quatro cantos
do vento para ver tua silhueta de ninfa,
borboleta de cetim, espelho de rosas.
Ainda possuo o hálito das estrelas.
Meus olhos possuem canteiros de primavera.
Não são flores, são rostos a sorrir."
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Memória de menino - desenho premiado
Desenho meu - "memória de menino " - premiado - 1º lugar - na VI exposição de artes da EEAR - Escola de Esp. de Aeronáutica - Outubro de 1998 - em Guaratinguetá - SP
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Hoje fui pescar. Uma tarde de lambaris e nhacundás ( iacundás ) - abaixo, um poema de 2009 que fala destes momentos mágicos.
POEMA 2009 / 1
23 / 03 / 09
"Nos rastros de insetos;
nas marcas que a água faz na areia;
nos cristais de outros tempos;
no gorjeio dos pássaros;
o que procuro por entre as pedras,
nas
tardes de verão?
Ser menino de novo!
Às vezes, vejo minha sombra
como a de um menino
seguindo as pegadas de aves na areia.
Ainda vejo coisas como
em vidrinhos mágicos.
Soletro versos esquecidos desde
a infância,
e então, vejo asas de borboletas
e passeio nos jardins da memória."
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
O que me faz ser poeta.
páginas de meu livro de artista de 2013. Colagem e guache.Setembro 2013
O que me faz ser poeta.
Outros poetas me fazem poeta.
Outros poemas me fazem poeta.
Quando ouço o som de uma palavra bonita, penso em ser
poeta.
Quando vejo uma palavra bonita, digo: – “sou poeta.”
Quando um pássaro canta numa árvore próxima, digo: “ –quero
ser poeta.”
Quando ouço a voz da amada, sinto ser poeta ouvindo o
som do chamado.
Memórias e invenções me fazem poeta.
As canções que me fazem feliz me ensinam a ser poeta.
Garimpo as palavras para encontrar o interior do poema.
Um poeta está sempre escrevendo novas páginas, mesmo que não sejam palavras.
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Oração de artista - 26/03/2012
Que o poema e as cores cheguem de surpresa,
como aves que pousam no quintal.
Que a composição seja colorida,
e os contornos dos desenhos, suaves;
fortes, às vezes;
e os poemas, uma extensão do meu sonho de homem.
Que venham folhas e mais folhas, papéis
azuis, rosas, verdes, amarelos, vermelhos;
e tintas, e que eu saiba onde colocar cada
pedaço, cada pincelada, para, assim, ter
alegria no fim da peça acabada.
Que do arranjo das formas e das cores,
possam surgir, aqui e ali, casinhas, círculos,
sombras, frutos, aves, triângulos amorosos,
quadrados cheios de graça e linhas que
cortem o pensamento ao meio, ou sejam
como acenos da infância.
Que em todos os dias, surja uma nova ideia;
um risco uma forma - uma busca e a
alegria da obra sonhada.
E no fim, na assinatura, o namoro, o
apreciar e a palavra final: benditas as horas
e os momentos de meu tempo mortal.
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Voo do beija-flor - 1976 - Tamanho folha A4 - lápis, caneta e guache sobre papel.
POEMA 2014 / 14
Poema
06
/ outubro / 2014
As
palavras de janeiro,
Os
emblemas de fevereiro,
As
frases ditas em março,
Os
poemas para abril,
Os
versos escritos em maio,
Os
papéis de junho,
Os
adjetivos de julho,
O
silêncio de agosto,
As
esperanças de setembro.
As
novidades de outubro,
Os
advérbios de novembro
E
as festas de dezembro
São
os ecos da linguagem,
Os
adjetivos e os alaridos
De
nossa canção.
quarta-feira, 9 de julho de 2014
POEMA 2014 / 11
08 / 4 / 2012 - 13 / 5 / 2014
OUTONO
Agora que a última goiaba caiu,
que as pitangas já estão escassas
e que as águas de março nos deixaram,
agora que as águas esfriam
e o horizonte esfumaça,
que as manhãs nos convidam
a palavras mansas,
venha comigo ouvir versos de amor
nestas ultimas palavras
ainda de aprendiz.
sábado, 10 de maio de 2014
POEMA 2006 / 5
I - Lavar a alma
Na poesia de tua presença.
Lavar as mãos
Nas águas de tuas rosas.
Molhar os pés
Nos jasmins de teu banho.
Lavar os olhos
Nos colírios de teu sorriso.
Ter os lábios
Úmidos pelas letras de teu nome.
II – Minha a candura
Pelas flores de tuas
Quatro estações.
Minha a invenção
De cativar as sílabas
De teu hálito.
III – Imitar a lavagem,
Como os pássaros na chuva.
Um banho, um mergulho
Dentro da luz que avança;
O amor. Não o fim,
Mas o início de
uma nova primavera.
Monotipia sobre papel A4 - ano 2000 -
sexta-feira, 2 de maio de 2014
Mensagem de amor - monotipia sobre papel A4 - ano 2000
Mensagem de amor.
Enviar uma mensagem de
amor.
Realizar as promessas
do ano que passou.
Plantarei uma árvore
neste ano?
Trilharei o caminho
do justo? Como?
Os dias têm a duração
de um sonho.
O sol gira e a lua se
foi. Estou calado.
- Onde está a
mensagem?
- Qual a promessa que
fiz? - Já esqueci!
Talvez, ao ler a
palavra pássaro, eu
possa ir onde queira.
Talvez, ao
silenciar o meu
desejo, me torne mais
humano! – Ou menos! A
perda é grande.
Coisa triste:
silenciar o amor.
Flores nascem, frutos
chegam.
Sementes secam. Ainda
sonhamos.
O mesmo som de trovão
de quando era
menino. O som do
medo. Lembro do
tempo da
simplicidade. Era um tempo
para sonhar. Havia
minha mãe. – Disse
a ela: - mãe eu te amo
? Se não disse,
como viver com
tamanha saudade e
culpa! Na minha
idade, não silenciar o
amor, eis o segredo.
Caminho a jornada
de todo homem. Ainda
sonho o sonho
dos inocentes.
Enviarei uma mensagem
de amor. Estou aqui!
Aguardo. Ela virá?
- Quem, a felicidade?
– Estarei
preparado? Sorrirá
ela, ao chegar!
- O que direi?
Estou ainda na trilha
dos antigos. Tudo
passa. Fica a
memória. Ainda enviarei
uma mensagem de amor.
– Conseguirei manter
acesa esta chama?
Certamente estarei
preparado se enviar
ao menos uma mensagem
de amor.
02 janeiro 2010.
segunda-feira, 21 de abril de 2014
Azul - Ano 2000 - monotipia sobre papel A4. Tinta de serigrafia.
POEMA: AZUL
Outubro de
1993
Sedas
e cetins tocam a pele e o silêncio.
Um
azul de mar e cristais raros nos dedos.
Minhas
cadências rebuscam nuâncias
de
jade e de paisagens neste breve vôo.
A
memória dói como a minha tristeza
estampada
em uma foto de menino.
Alcançamos
os céus e suas distâncias
num
olhar sobre os muros da cidade.
Azul
era a flor, azul o céu, azul a fita.
Os
vestidos das meninas eram brancos.
Os
sapatos eram brancos, e em seus
lentos
passos, uma migração de cetins.
Mas
seus olhos, seus olhos eram azuis.
Naquele
tempo,um mar, grande mar de
tranqüilidade.
quinta-feira, 17 de abril de 2014
POEMA PARA A AMADA DISTANTE - ROMEU E JULIETA - 1987
POEMA PARA A AMADA DISTANTE
17 / 4 / 2014
Por tua
presença, seria capaz de namorar teus pés;
de me
encantar com o leve toque de tuas mãos.
Ficaria grato
pelo som de tua voz
e feliz por
um breve sorriso teu.
Uma palavra
tua seria mais bonita que um verso branco.
Tuas frases
seriam como poemas de versos azuis.
Tua
silhueta, bem, isto seria um espanto,
uma linda
ave pousando sobre mim, carregada
de todas as
metáforas de felicidade.
Por tua
chegada, escreveria mil poemas.
Soltaria, ao
vento, mil palavras poéticas;
Subiria ao
mais alto monte para sussurrar mil vezes teu nome.
sábado, 5 de abril de 2014
Carregando flores - 1984 - Tamanho A4 - lápis de cor, caneta esferográfica e giz de cera
A ALMA É UM JARDIM
Poema 2/2000
José B. Maciel
"A alma é um jardim.
Primaveril, floresce no
poema;
em setembro, alça vôos com
borboletas.
Um mar de rosas, os
canteiros do corpo.
Teu nome, aberto às aves do
campo,
é uma página escrita com
flores.
Nas sementes da alma,
em qualquer paisagem,
meus olhos possuem
flores que vejo em ti."
sábado, 29 de março de 2014
"Talvez, no murmúrio
das pedras
eu te reinvente,"
Imagens gravadas com auxílio de giz de cera sobre papel jornal- Tamanho A4 - ano 2000
TALVEZ
02 /
09 / 93
Talvez.
Talvez
no
caminho
eu te
perca,
no
silêncio
dos
casulos
eu te
deixe,
no
musgo
dos
peixes
eu te
demova.
Talvez.
Talvez
no
cheiro
do
luar
eu te
olvide,
no
murmúrio
das
pedras
eu te
reinvente,
na
sombra
das
flores
eu te busque.
Talvez.
Talvez
na
rota
das
aves
eu te
siga,
na
imagem
do
espelho
eu te
observe,
pássaro,
borboleta,
um
anjo,
talvez,
talvez.
José Benedito Maciel
sábado, 22 de março de 2014
NOS GESTOS
Nos gestos dentro do silêncio,
Olhos sonhando os sonhos
De outros olhos a sonhar.
Nos gestos dentro da palavra,
Seiva para continuar sílabas
De outras palavras a sonhar.
Nos gestos dentro da escrita,
Pétalas para coisas da alma
De outras almas a sonhar.
Nos gestos dentro da música,
Notas suaves das coisas da alma
De outros homens a sonhar.
Nos gestos dentro do poema,
Olhos sonhando os sonhos
De outros pássaros a sonhar.
Poema meu dos anos 2002 a 2006.
Desenho meu de 1976 - Voo de Ícaro - Colagem, caneta bic, etc. Tamanho folha A4.
sábado, 15 de março de 2014
Escrever um poema é uma arte de invenções e espelhos
Foto do muro interno de minha casa na Rua Caramurus, 822 - Guaratinguetá - mosaicos feitos com azulejos e pisos cerâmicos - todos colocados e rejuntados por mim nos anos de 2002 a 2009.
Escrever um poema
é uma arte de
invenções e espelhos
Sonhos de Dédalo,
asas de Ícaro,
canteiros de aragem.
Quando arde no peito
um sopro de coisas
nunca passageiras;
um desfrute de portas
abertas para existirem
pássaros que sonham;
Um predomínio por flores,
palavras que desejam
nascer nuvens nos olhos:
Eis o poema
despertando
invenções e espelhos.
01 / 02 / 1999
quarta-feira, 5 de março de 2014
OFERENDA - 28 / 10 / 96
Trago aqui o coração que
de tanto amar, ofertei-o
OFERENDA - 28 / 10 / 96
Trago aqui o coração que
de tanto amar, ofertei-o
em pequenas doses
às nuvens e aos recantos
das aves.
Trago aqui as mãos vazias,
pois ofertei o orvalho
úmido das manhãs antigas
que possuía em meus dedos.
Trago aqui os olhos ansiosos,
como cestos incompletos,
para saciá-los com meu
desejo de colher frutos
neste imenso pomar de
poeta.
trago aqui o corpo,
como de pedra, no
silêncio que a vida
vai cortando, fatias
de meu nome sobre
águas, sobras de meu
pranto.
E na alma, trago um
jardim repleto de
flores e cristais sonoros
que nunca doei
por serem
escassos.
José Benedito Maciel
Trago aqui o coração que
de tanto amar, ofertei-o
Quadro pintado sobre madeira com relevo e cortes - por influência de Torres Garcia - artista Uruguaio -Feito no Rio de Janeiro, possivelmente em 1978, pouco antes de me mudar para Guaratinguetá com a Filomena e o Vinícius, que tinha dois anos.
Trabalho consumido pelos cupins e caranchos - fica aqui o registro -
OFERENDA - 28 / 10 / 96
Trago aqui o coração que
de tanto amar, ofertei-o
em pequenas doses
às nuvens e aos recantos
das aves.
Trago aqui as mãos vazias,
pois ofertei o orvalho
úmido das manhãs antigas
que possuía em meus dedos.
Trago aqui os olhos ansiosos,
como cestos incompletos,
para saciá-los com meu
desejo de colher frutos
neste imenso pomar de
poeta.
trago aqui o corpo,
como de pedra, no
silêncio que a vida
vai cortando, fatias
de meu nome sobre
águas, sobras de meu
pranto.
E na alma, trago um
jardim repleto de
flores e cristais sonoros
que nunca doei
por serem
escassos.
José Benedito Maciel
domingo, 2 de março de 2014
AME SUA VIDA - Colagem - " As obras de arte são de uma solidão infinita: ....... Apenas o amor pode captá-las, conservá-las, ser justo em relação a elas." (Raine Maria Rilke)
Processo de realização do trabalho " Ame sua vida." - colagem sobre madeira - iniciado em outubro de 2013, encerrado em fevereiro de 2014.
Trabalho já com 1/3 feito, novembro de 2013 - é um processo lento, que exige paciência, compromisso e dedicação
Quadro já acabado - fevereiro de 2014. Dimensões: 48 x 154 cm
Detalhes do trabalho do lado direito do quadro.
Detalhes do trabalho do lado esquerdo do quadro.
Detalhes da parte central do trabalho.
Processo de realização do trabalho " Ame sua vida." - colagem sobre madeira - iniciado em outubro de 2013, encerrado em fevereiro de 2014.
Trabalho já com 1/3 feito, novembro de 2013 - é um processo lento, que exige paciência, compromisso e dedicação
Quadro já acabado - fevereiro de 2014. Dimensões: 48 x 154 cm
Detalhes do trabalho do lado direito do quadro.
Detalhes do trabalho do lado esquerdo do quadro.
Detalhes da parte central do trabalho.
domingo, 23 de fevereiro de 2014
Naquela vez, como em outras vezes,
Foto de minha esposa com meu filho mais velho - em 1976 ou início de 1977 no Rio de Janeiro, em nosso apartamento no bairro Jabour - Senador Camará -
NAQUELA VEZ
28
dez. 2007 ( POEMA 2007 / 13 )
Naquela
vez, como em outras vezes,
nossos
dias lindos.
Éramos
ainda como anjos inexperientes no louvor,
Catávamos
flores para doá-las como prova de amor.
Nossos
olhos e nossos ouvidos eram felizes.
Como
num poema, descobríamos versos nas coisas simples.
Naquela
vez, como em outras vezes,
nossos
dias felizes.
Era
como se a alegria pudesse ser abraçada.
Quando
qualquer lugar era um bom lugar.
Qualquer
gesto era uma lição nunca esquecida.,
E
você, naquela vez, como em outras vezes,me ensinava a viver.
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Foto no ribeirão Guaratinguetá - no Clube das pedrinhas - Sem nenhum arranjo - este galho branco estava sobre a pedra por ação de enchente. Foto por celular . autor: José B. Maciel
Poema trino para nós.
Poema 98 / 4 - março de 1998
I -
Na escritura do sol,
deciframos seu enigma.
Na escrita da alma,
deciframos nossos anseios.
Nas réstias do corpo,
nossa escrita de mortais.
Nos cristais da pele,
nossa memória de anjos.
II -
Já não somos crianças.
Nossos dias são de
existir em nós caminhos.
Dia a dia sorvemos
os aromas da esperança
e criamos ramos de crença.
Com passos de anjos,
surgimos aqui e ali,
num circulo de giz,
sobre o invento de
nossos dias felizes.
III -
Na escrita de nossas
promessas, inventamos
o calendário de
nossos dias felizes.
Alçamos nossa bandeira
como símbolo de
nossos dias felizes.
Na escritura do sol,
na escrita da alma,
nas réstias do corpo,
nos cristais da pele,
e até onde houver
escrita e calendários,
irão nossos dias felizes
nascendo como aves.
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Foto e Poema;
Foto de flor em meu jardim. Foto de José B. Maciel
POEMA: Escrever. Escrever com
pétalas.
um diário como se procurasse
uma escrita de pátria e sal.
Um calendário como espelho,
testamento escrito com
flores.
Uma linguagem de coisas
nascendo nos jardins da
alma.
Um invento de passaportes.
Identidade de viagem de ida
e volta.
Verbos que arrastam o poema
e a mim
aos quatro cantos da vida.
Escrever. Escrever teu nome
em uma pedra. Não com letras
mas com jasmim.
Julho de 2000
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
Foto minha no ribeirão Guaratinguetá - o cheiro da flor do bastão traz muitas lembranças da amada!!
POEMA 2009 / 4
03 / 04 / 2009.
Tecer as amarras
da esperança
com fios de tuas metáforas.
Evocar os tecidos
da memória
com fios de teus
adjetivos.
No silêncio das coisas
não
ditas,
calar esta dor,
preencher este vazio
com canteiros de tuas
rosas.
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
Muitas vezes, distante de minha amada, ouvia no meu coração as letras deste poema "Posso escrever os versos mais tristes esta noite., Meu coração a procura, e ela não está comigo. Porque em noites como esta eu a tive em meus braços,
Fiz algumas mudanças no poema. adaptando-o ao momento da perda, da última separação, de minha amada esposa..
(1904-1973)
Veinte Poemas de amor y una canción desesperada (1924)
Poema XX
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: “A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros, ao longe”.
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu a desejei, e ela também me desejou.
Nas noites como esta eu a tive em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ele me desejou, eu também a desejava.
Como não ter amado os seus grandes olhos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho mais. Sinto que a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho que seca.
Que importa que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
Minha alma não se contenta em tê-la perdido.
Como para aproximá-la o meu olhar a procura.
Meu coração a procura, e ela não está comigo.
A mesma noite faz branquear as mesmas árvores.
Nós, os de então, e eu já não sou o mesmo.
Ainda a desejo, é verdade, tanto quanto a desejei.
Minha voz procura o vento para tocar o seu ouvido.
Procuro ainda sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos.
Ainda a desejo como antes, é certo, mas como esquecê-la?
É tão curto o amor, e é tão longa a separação.
Porque em noites como esta eu a tive em meus braços,
a minha alma não se contenta com tê-la perdido.
Ainda que esta não seja a última dor que ela me causa,
e estes não sejam os últimos versos que lhe escrevo.
Fiz algumas mudanças no poema. adaptando-o ao momento da perda, da última separação, de minha amada esposa..
PABLO NERUDA
(1904-1973)
Veinte Poemas de amor y una canción desesperada (1924)
Poema XX
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: “A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros, ao longe”.
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu a desejei, e ela também me desejou.
Nas noites como esta eu a tive em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ele me desejou, eu também a desejava.
Como não ter amado os seus grandes olhos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho mais. Sinto que a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho que seca.
Que importa que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
Minha alma não se contenta em tê-la perdido.
Como para aproximá-la o meu olhar a procura.
Meu coração a procura, e ela não está comigo.
A mesma noite faz branquear as mesmas árvores.
Nós, os de então, e eu já não sou o mesmo.
Ainda a desejo, é verdade, tanto quanto a desejei.
Minha voz procura o vento para tocar o seu ouvido.
Procuro ainda sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos.
Ainda a desejo como antes, é certo, mas como esquecê-la?
É tão curto o amor, e é tão longa a separação.
Porque em noites como esta eu a tive em meus braços,
a minha alma não se contenta com tê-la perdido.
Ainda que esta não seja a última dor que ela me causa,
e estes não sejam os últimos versos que lhe escrevo.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Pescaria na Capituba em Guaratinguetá - 24 de janeiro de 2014 com meus amigos Marco Antônio Corrêa de Oliveira e Marco Aurélio Corrêa de Oliveira.
POEMA 2009 / 2
28 / 03 / 2009
Museu imaginário à beira rio.
Ranhuras nas pedras à beira d’água;
cheiro de ervinhas em flor no verão;
sendas de pássaros por entre folhas;
sons de água por entre galhos caídos;
desenhos de insetos sobre areia molhada;
sombras de árvores sobre o rio;
barulho de aves à distância.
E um silêncio de contemplar
este quase nada que me faz feliz.
José B. Maciel
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Além de peixes, também aprecio as flores. São fotos feitas por mim. Veja o poema abaixo sobre "meu" rio!
Flores do meu jardim - lírios em meio aos pingo de ouro em um dia ensolarado. Foto de José B. Maciel - Quem aprecia uma flor, aprecia o mundo com outros olhos.
POEMA 2009 / 8 - 23 -03 -09 -
De tanto ir àquele lugar,
fecho os olhos e vejo o rio,
sempre indo embora
( como a vida ).
As águas não param.
O céu continua longe.
Perto mesmo são as pedras,
clarinhas, clarinhas,
depois da enchente.
Alguns pássaros já se acostumaram
com meu chapéu e com meu silêncio.
Lambaris pequenos já não estranham
meus pés n’água.
Houve vez que preás conversavam
comigo de longe.
Hoje somente os quero-quero falam
comigo, sempre dois a dois.
Protestam minha invasão.
Trouxe para casa uma pena de garça.
Vi, depois, que dela escorriam
memórias de meu rio e suas descobertas.
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
“ Porque tua voz ao meu lado estava.” James Joyce.
O que espero do poema
O que espero do poema
15 / 3 / 2013
O que espero do poema,
daquele que ainda há de vir,
que há de pousar, de surpresa,
talvez na nuca,
ou no verso da página;
talvez no entre-fôlego,
ou na pausa,
ou no recanto mais escondido.
O poema que não tem adjetivos,
O poema da palavra esperada.
Um verso no escabelo da hora,
no vazio do corpo solitário.
A palavra que espero ouvir,
e que sonho escutar suas rimas,
o som, talvez, os passos dos amantes,
ou o peso das aves, do vôo sem destino
e seus espaços; pássaros que chegam
e bicam as vogais nos versos que espero.
O que espero no poema:
espero ouvir tua voz, amada!
sábado, 18 de janeiro de 2014
Poema que li no funeral de minha amada esposa, na
manhã do dia 07 de janeiro, cerca de nove horas e trinta minutos. Lá estavam seus cinco
filhos, netos noras, genros , familiares e amigos para dar o último adeus:
O FIM.
20 / 04 / 1972
Em 1972 ou 1971, lendo os poemas
de Karfeldt, prêmio Nobel de literatura de 1931, , fui inspirado a escrever
este poema.
Este foi o fim que imaginei para nós dois. Mas agora, separados
pela morte, uma distância impossível de ser ultrapassada, ainda sonho em
encontrá-la; de nos beijamos de tomarmos as mãos e juntos irmos ao céu dos
amantes, aos azuis sem fim.
“ Talvez, algum dia em que você
estiver me olhando, /
Será nos tempos de primavera, de verde e flor. /
Estarei
a mirar em seus olhos e lembrando... /
E eu direi: - não me olhe assim, amor! /
Meu coração se voltará ao seu – irá lentamente, /
e você estará sorrindo. Suas
mãos procurarão as minhas /
nos beijaremos meigamente.
Nos miraremos tão
maravilhosos por nossa paixão!”
“ Você não precisará mirar-me
sofrendo, /
e se for o caso, eu me calarei para entender a sua pena; /
Juntos
dissiparemos a dor, nos contendo. /
Faremos nosso caminho na neblina calma e
serena; /
e você dirá: - que caminho é este, amor, onde vamos? /
Eu olharei para
seus olhinhos tão belos e fundos e direi: /
-Lembra, amor, do céu que juntos sonhamos? /
- Estamos indo a ele! E iremos aos azuis dos céus sem fim”
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Poema que escrevi para minha esposa, ( na época namorada ) Maria Filomena dos Santos, nascida a 06 de agosto de 1956 e falecida em 06 de janeiro de 2014.
Este poema eu escrevi em 14 de junho de 1972, poucos dias antes de eu ser desligado do Colégio Técnico Industrial de Guaratinguetá ( primeira turma do COTEC ) e entrar nas Forças Armadas como aluno na Escola de Especialistas de Aeronáutica ( EEAR) no curso de eletrônica.
Para Maria F. dos santos
" Eu nunca te banirei de minha memória,
nem haverá resto de um amor insano,
nem mistérios nas sombras de nossa história,
onde dormirás, sem que haja penas,
e de onde sempre dirás de um amor, único amor,
que sonhas em teu sono humano.
Nunca te perderei de meu peito nas noites serenas,
e ainda te amarei, mesmo quando só me sobrar a dor!
Dar-te-ei como poeta, um espelho para contemplares
tua beleza, que debalde a ti tento cantá-la;
as brisas para açoitarem teus cabelos e meu olhar
onde mirarás toda a eternidade deste sonho.
Dar-te-ei as portas de minha ventura, de
meu prazer e pezar.
E todo instante para seres o que és, e proponho
dar-te mais: toda minha vida, meu sossego e agitação.
Dar-te-ei, amada, o meu amor, e por te amar, o meu coração!
Foto pouco antes da descoberta do câncer. Ela foi forte, paciente e esperançosa. Foi mãe. amiga e conselheira mesmo em face da dor e da incerteza do futuro. Eu me sinto tão pequeno sem ela!!!
Este poema eu escrevi em 14 de junho de 1972, poucos dias antes de eu ser desligado do Colégio Técnico Industrial de Guaratinguetá ( primeira turma do COTEC ) e entrar nas Forças Armadas como aluno na Escola de Especialistas de Aeronáutica ( EEAR) no curso de eletrônica.
Para Maria F. dos santos
" Eu nunca te banirei de minha memória,
nem haverá resto de um amor insano,
nem mistérios nas sombras de nossa história,
onde dormirás, sem que haja penas,
e de onde sempre dirás de um amor, único amor,
que sonhas em teu sono humano.
Nunca te perderei de meu peito nas noites serenas,
e ainda te amarei, mesmo quando só me sobrar a dor!
Dar-te-ei como poeta, um espelho para contemplares
tua beleza, que debalde a ti tento cantá-la;
as brisas para açoitarem teus cabelos e meu olhar
onde mirarás toda a eternidade deste sonho.
Dar-te-ei as portas de minha ventura, de
E todo instante para seres o que és, e proponho
dar-te mais: toda minha vida, meu sossego e agitação.
Dar-te-ei, amada, o meu amor, e por te amar, o meu coração!
Foto pouco antes da descoberta do câncer. Ela foi forte, paciente e esperançosa. Foi mãe. amiga e conselheira mesmo em face da dor e da incerteza do futuro. Eu me sinto tão pequeno sem ela!!!
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Poema ( Soneto ) Para Minha Esposa escrito em 23 / 09 / 1971. 42 anos atrás.
Mena é o nome carinhoso para Filomena - Falecida em 06 de janeiro de 2014.
" Você é a minha própria poesia.
É a flor interna de meu jardim.
É rosa amarela, é violeta, é jasmim.
É toda pura, singela e harmonia.
Você é luz de meu coração.
É a minha paz, minha vida.
Você é toda a minha paixão.
Minha, sempre minha querida.
Você foi o despontar da aurora,
como uma luz límpida e serena,
que já muito brilhara outrora
em meu peito que viveu a lembrar
de você, sempre minha Mena,
e que sempre hei de "te amar".
Foto recente e foto no dia de nosso casamento em outubro de 1975- Ela continua sendo a menina de meus sonhos!!!!
Mena é o nome carinhoso para Filomena - Falecida em 06 de janeiro de 2014.
" Você é a minha própria poesia.
É a flor interna de meu jardim.
É rosa amarela, é violeta, é jasmim.
É toda pura, singela e harmonia.
Você é luz de meu coração.
É a minha paz, minha vida.
Você é toda a minha paixão.
Minha, sempre minha querida.
Você foi o despontar da aurora,
como uma luz límpida e serena,
que já muito brilhara outrora
em meu peito que viveu a lembrar
de você, sempre minha Mena,
e que sempre hei de "te amar".
Foto recente e foto no dia de nosso casamento em outubro de 1975- Ela continua sendo a menina de meus sonhos!!!!
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