POEMA: AZUL
Outubro de
1993
Sedas
e cetins tocam a pele e o silêncio.
Um
azul de mar e cristais raros nos dedos.
Minhas
cadências rebuscam nuâncias
de
jade e de paisagens neste breve vôo.
A
memória dói como a minha tristeza
estampada
em uma foto de menino.
Alcançamos
os céus e suas distâncias
num
olhar sobre os muros da cidade.
Azul
era a flor, azul o céu, azul a fita.
Os
vestidos das meninas eram brancos.
Os
sapatos eram brancos, e em seus
lentos
passos, uma migração de cetins.
Mas
seus olhos, seus olhos eram azuis.
Naquele
tempo,um mar, grande mar de
tranqüilidade.