domingo, 26 de janeiro de 2025

Vamos deixar florir

21 / 01 / 25

 Vamos deixar florir 

 

 


Vamos deixar florir, aflorar

o dia, florir as horas, florir

a noite; florescer as plantas

do jardim, florescer em nós

os diálogos, enflorar o que

tiver nos vasos e na mesa,

vicejar o pé de romã e o de

acerola; enfeitar o dia com

pétalas de rosas e jasmim.

Vamos deixar desabrochar

flores na janela, frutificar novas 

palavras no poema, evoluir em 

abraços e apertos de mão,

prosperar no amor e na

amizade; desenvolver verbos

suaves nos encontros;

enflorar onze-horas nos muros

e calçadas. Vamos deixar 

florescer o que nos alegra e

elevar as vozes em cânticos,

nutrindo a luz e a gratidão.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

 Ouvir

Ouvir

 04 / 01 / 25

Ouvir tambor e flauta

no movimento

da rosa dos ventos.

 

Ouvir o som de clarinete

no movimento

dos ponteiros do relógio.

 

Ouvir as cordas do violino

no movimento das águas

do pensamento.

 

Ouvir as notas da canção

no movimento

da batida do coração.

 

Ouvir as vozes da memória

no movimento

dos sinos de outrora.

 

Ouvir as letras do poema

no movimento

da caneta sobre o papel.

 

Ouvir o som da infância

no movimento

dos pássaros no jardim.

 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

 AMO.  Um poema de 52 anos



Amo.

Escrito em 07 de janeiro de 1972

Reescrito em 03 de janeiro de 2025.

 

Amo a noite e sua quietude,

o seu silêncio e sua serenidade.

Amo o dia, e sinto sua amplitude,

o seu calor, a sua luz e sua pequena eternidade.

 

Amo a aurora, o dia no alvorecer.

Amo o instante e o momento da espera,

Amo a natureza e o florescer

no colorido de nossa primavera.

 

Amo a noite a se calar inquieta.

Amo este silêncio que lastimo morrer.

Amo a poesia, o poema e o poeta.

Amo a criação e a simplicidade do ser.

 

Amo saber que sou amado,

amo e dou o meu carinho.

Amo ser feliz e esperado.

Amo não mais estar sozinho.


quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

 POEMA: O que virá

 


O que virá

 01/01/25

O que virá nas

asas do tempo,

nas sombras

dos dias,

nas marcas

e linhas das

horas, ainda

será a lembrança

dos afetos

e o desejo

de prosseguir

em novos

versos e em

novas canções.

 

O que virá nas

areias do tempo,

nas janelas entre

um desejo e

outro, na clareira

da linguagem,

nas sementes

germinadas

com paciência

e esperança,

será a presença

da primavera

e os barulhos

na memória

de crianças

que brincam

com pássaros.