quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

 Para o poeta


 

Para o poeta

26 de dezembro de 2024.

 

Para o poeta, há um tempo

de espera e outro da escrita.

 

O tempo da secura, um

lapso do vocábulo, um

desacordo, um desencontro.

 

Depois, o tempo do voo.

Tempo de borboletas, de

flores e aves no papel.

Um belo pássaro com sua

leveza e luzes, em sua

dança para cativar o que

chamo de poesia, onde

há letras que me lembram

mariposas,

versos que me lembram

a figura de meu pai, e

uma canção que me lembra

a ternura de minha mãe.

 

Tudo está no poema que

chega de manso e pousa.

 

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

 

Propensão


Propensão

16 de dezembro de 2024.

 

Hoje estou inclinado a manter a

porta aberta para o que vier;

A encarar o que me cabe nesta

seara;

Receber o vento, a brisa, o hálito

da vida;

Criar novos esboços para versos

antigos;

Encontrar novos gestos para

realçar o amor;

Aceitar novos ares em cada

manhã com suas asas e voos

rasantes;

Manter são o corpo que respira;

E nutrir o coração, este espaço

aberto ao poema e à luz das estrelas.

 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

 O que não cabe no quadro

 


 O que não cabe no quadro

 18 de dezembro de 2024.

 

O que não cabe no quadro

entre suas molduras.

O que contém o formato,

a forma, a imagem,

uma miragem,

um devaneio,

um desejo e o amor,

a sombra e a luz,

a palavra e o silêncio,

o cheiro e o tato da pele;

o brilho e o ondular dos cabelos,

o contorno e o brilho dos olhos,

o tremer dos lábios,

o coração disparado,

tudo na medida do sonho

e do real,

a corda do violino e suas

notas invisíveis,

o rufar dos tambores,

uma música ao longe

e você presente em um verso

de meu poema.

 

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

 É preciso reescrever

 




É preciso reescrever

 9 de dezembro de 2024.

 

É preciso reescrever os esboços

dos versos.

É preciso reescrever as linhas

da canção.

 Reescrever o que ainda não foi

escrito.

É preciso reescrever as fases

do amor.

Reescrever as faces do desamor.

É preciso reescrever novas

palavras para o poema que

ainda não foi escrito.

É preciso reescrever o poema.

É preciso reescrever a história.

É preciso reescrever a vida, com

novas linhas e suas rasuras.