quinta-feira, 28 de novembro de 2024

 Rimas para hoje e amanhã

 

Poema número 100 de 2024.

Rimas para hoje e amanhã

 28 de novembro de 2024.

 

Na casa  alemã,

Folha de hortelã.

Aranha tecelã,

fruta temporã.

 

O caminho de Roma,

a árvore de romã.

A luz de vela,

A flor de avelã.

 

Cisma de manha,

Luz da manhã.

Olhos de anciã,

Gestos de irmã.

 

O prato de massa,

O cheiro de maçã.

 

No corpo sadio,

a mente é sã.

São rimas para

hoje e amanhã.

 

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

O poema é

 


 O poema é

24 de novembro de 2024.

 

O poema é um

teorema de invenção.

A vida é uma

expectativa de tributos.

O homem é uma

geometria de vertentes.

Vertentes de palavras

que inventam a tranca

da linguagem,

o trinco do alfabeto,

o tronco dos advérbios.

o som dos fonemas,

a sombra da palavra verbo;

o verbo com suas asas,

com suas pétalas,

com seu aroma de criação;

o som do universo,

o teorema e o eco

da invenção;

uma geografia,

uma paisagem

longa e distante;

uma mensagem

discreta na pauta,

onde encontramos

as canções já

esquecidas.

 

 

sábado, 23 de novembro de 2024

 Ser poeta em suas danças no silêncio


 

Ser poeta em suas danças no silêncio

Poema escrito em 10 / 06 / 1977.

Reescrito em 5 de novembro de 2024.

" No diário que não foi escrito,

Na palavra que não foi dita,

No adeus que não foi visto,

No livro que não foi lido,

Na carta que não foi aberta,

No quadro que não foi acabado,

Na música que não foi ouvida;

Ser

Na rima que não foi encontrada,

No solidão que não foi interrompida,

Na espera do retorno que não ocorreu,

Nas folhas onde não houve nenhum verso,

Nos ciúmes e queixumes do desencontro,

No sigilo quebrado num momento de susto;

Ser

Poeta em suas danças no silêncio."

 

Às margens do rio


 


Às margens do rio

João Cabral de Melo Neto

foi à Sevilha, onde bebeu das águas

de Guadalquivir; e escreveu

poemas e cartas.

Paulo Mendes Campos foi a

Paris, onde sempre há pessoas

que se beijam às margens do Sena;

e se inspirou e amou.

Vinícius de Moraes foi a

Nova York, onde se maravilhou

com as águas do Hudson River,

e se poetizou.

Murilo Mendes viveu em Roma,

onde sempre há pessoas que

se amam às margens do Tibre,

e foi poeta.

Fernando Sabino morou em Londres, 

onde conheceu Joan Miró quase 

às margens do Tâmisa.

Adélia Prado bebe das águas de

Minas, onde declama um poema

de amor a Jonathan às margens

do Itapecerica.

Em Guaratinguetá, algum dia,

alguém lerá um poema meu

 às margens do Paraíba e dirá:

- Também foi poeta nestas margens.

18 de novembro de 2024 

 

 

domingo, 3 de novembro de 2024

 Entrar no poema

 



Entrar no poema

 24 de outubro de 2024

Entrar no poema

sem pedir licença.

Ativar as antenas

da invenção,

as artérias

da criação,

sem limites

de tempo e

espaço.

 

Há de se esperar

que a palavra

nos salve,

que um verso

seja uma cura.

 

Mesmo que não

contenha

a palavra amor,

ainda será

um verso

de amor.

 

Mesmo que não

contenha

imagens de

aves em voo,

ainda assim, o

poema será

uma viagem,

uma salvação.