sábado, 27 de julho de 2024

 HOJE

20 / 07 / 24

Hoje, o desejo de cultivar

flores para o amanhã.

Continuar as obras da fé.

 

Hoje, nas frestas do poema,

o desejo de acreditar,

de estar livre do labirinto,

da caverna que nos isola.

Estar ao lado de Ícaro

em seu voo de esperança.

Navegar como Ulisses

de volta ao lar em Ítaca.

 

Hoje, o voo de um pássaro

é um lembrete do que

se pode acreditar,

porque nele está

o desenho, o contorno,

o peso, a forma, o feitio

do que posso imaginar

como perfeição.

 Cada poema escrito

22 de julho de 2024

O pássaro de Bukowski não silencia.

Na trama da palavra, numa fresta, 

numa linha, o pássaro espia.

 

O anjo de Adélia me chama.

A estrada de Drummond me assombra.

O espelho de Cecília me assusta.

Cada verso de Vinícius me inflama.

 

Assim, para cada poema escrito,

em cada verso alheio, há um clarão,

uma luz, uma voz que clama.

domingo, 14 de julho de 2024

POEMA

 PROSSEGUIR A JORNADA

 09 / 07 / 24

Algumas distrações me distanciam da canção.

Alguns vocativos me reconduzem ao poema.

Nos espaços e no silêncio entre uma palavra 

e outra peço permissão para prosseguir.

Conduzo os pés, pesados são os passos lentos.

Prossigo por insistência e teimosia.

O caminho é imenso, e os olhos buscam 

paisagem conhecida.

As pernas, que nada sabem do horizonte, 

seguem o ritmo da longa estrada e suas horas.

O coração busca a paz e o corpo anuncia 

as fases e o peso de seus limites e estações.

Prossigo na esperança de encontrar 

o sorriso de Deus na próxima curva da estrada.