domingo, 30 de junho de 2024

  ASSIM O INSTANTE

 21 / 06 / 24

ASSIM O INSTANTE

Assim o instante

Para ser lembrado

Poema dos jardins

Imaginados nas

Sombras das casas,

Nas horas ribeirinhas,

Nas marcas do tempo,

Na comunhão com

anjos e homens,

Na travessia pelo

Deserto ou pelas

Florestas, na batida

Do coração entre

Uma canção e outra;

Na memória do beijo

Ou no toque na pele,

No tempo do encontro

Ou no silêncio de

Estar só, nas horas

Retidas nas réstias

Do espelho ou do

Horizonte ou nuvens;

Assim, o instante,

o prêmio, o adjetivo,

o apreço que nos

Completa, onde no

Beijo nos tornamos

Anjos e seus voos.

 

segunda-feira, 24 de junho de 2024

 MEMÓRIA           Leitura - 1984

MEMÓRIA           Leitura - 1984

 

Poema escrito em 1993.

 

Memória

Era o gato.

Um gato branco.

 

Memória

Era o único cão.

Amigo e franco.

 

Memória

Era o cavalo.

Perdido no campo.

 

Memória.

Era o primeiro livro.

O abcd e o encanto.

 

Memória

Era o trigo.

Uma paisagem dourada

As aves e o espanto.

 

Era o lago.

Uma água azulada.

 

Era a manhã e a tarde,

A noite e a vida no campo.

 

Era o despertar de tudo,

lembrança de tudo,

tudo na memória.

Hoje: esta canção e

estes versos.

domingo, 16 de junho de 2024

 

 

O QUE NASCE DO POEMA


 O QUE NASCE DO POEMA

 30 / 05 / 24

O que nasce da palavra poema

quando escrita são os alicerces de

linguagens de coisas ainda a existir.

 

O que brota da palavra floresta

quando escrita são as memórias dos

adjetivos de árvores e seus frutos.

 

O que é tecido na palavra ausência

quando escrita sãos os predicativos 

do silêncio obtido na noite de solidão.

 

O que é construído no verbo esperar

quando soletrado são as faces, 

a espreita, os alaridos do encontro.

 

O que existe na distância entre dois

objetos são  as moléculas, a matéria,

o alcance da voz, o hiato do desejo.

 

O que fica na palavra semente quando escrita 

são os alicerces, as bússolas 

                               que norteiam a esperança.