quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

 Foto minha no ribeirão Guaratinguetá - o cheiro da flor do bastão traz muitas lembranças da amada!!


POEMA 2009 / 4

03 / 04 / 2009.


Tecer as amarras
                    da esperança
com fios de tuas metáforas.

Evocar os tecidos
         da memória
com fios de teus
           adjetivos.

No silêncio das coisas
                   não ditas,
calar esta dor,
preencher este vazio
com canteiros de tuas

                           rosas.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Muitas vezes, distante de minha amada, ouvia no meu coração as letras deste poema "Posso escrever os versos mais tristes esta noite., Meu coração a procura, e ela não está comigo. Porque em noites como esta eu a tive em meus braços,

Fiz algumas mudanças no poema. adaptando-o ao momento da perda, da última separação, de minha amada esposa..


PABLO NERUDA

(1904-1973)

Veinte Poemas de amor y una canción desesperada (1924)

Poema XX

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: “A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros, ao longe”.
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu a desejei, e  ela também me desejou.
Nas noites como esta eu a tive em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ele me desejou,  eu também a desejava.
Como não ter amado os seus grandes olhos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho mais. Sinto que a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho que seca.
Que importa que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
Minha alma não se contenta em tê-la perdido.
Como para aproximá-la o meu olhar a procura.
Meu coração a procura, e ela não está comigo.
A mesma noite faz branquear as mesmas árvores.
Nós, os de então, e eu já não sou o mesmo.
Ainda  a desejo, é verdade, tanto quanto a desejei.
Minha voz procura o vento para tocar o seu ouvido.
Procuro ainda sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos.
Ainda a desejo como antes, é certo, mas como esquecê-la?
É tão curto o amor, e é tão longa a separação.
Porque em noites como esta eu a tive em meus braços,
a minha alma não se contenta com tê-la perdido.
Ainda que  esta não seja a última dor que ela me causa,
e estes não sejam os últimos versos que lhe escrevo.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Pescaria na Capituba em Guaratinguetá - 24 de janeiro de 2014 com meus amigos Marco Antônio Corrêa de Oliveira e Marco Aurélio Corrêa de Oliveira.



POEMA 2009 / 2

28 / 03 / 2009

Museu imaginário à beira rio.

Ranhuras nas pedras à beira d’água;
cheiro de ervinhas em flor no verão;
sendas de pássaros por entre folhas;
sons de água por entre galhos caídos;
desenhos de insetos sobre areia molhada;
sombras de árvores sobre o rio;
barulho de aves à distância.
E um silêncio de contemplar
este quase nada que me faz feliz.
José B. Maciel

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

" Para não dizer que não falei de flores." Geraldo Vandré
Além de peixes, também aprecio as flores. São fotos feitas por mim. Veja o poema abaixo sobre "meu" rio!

                       

Lambari do Ribeirão Guaratinguetá - Bairro da Capituba - Foto de José Benedito Maciel

Flores do meu jardim - lírios em meio aos pingo de ouro em um dia ensolarado. Foto de José B. Maciel - Quem aprecia uma flor, aprecia o mundo com outros olhos.

POEMA 2009 / 8 - 23 -03 -09 - 

De tanto ir àquele lugar,
fecho os olhos e vejo o rio,
sempre indo embora
( como a vida ).
As águas não param.
O céu continua longe.
Perto mesmo são as pedras,
clarinhas, clarinhas,
depois da enchente.

Alguns pássaros já se acostumaram
com meu chapéu e com meu silêncio.

Lambaris pequenos já não estranham
meus pés n’água.

Houve vez que preás conversavam
comigo de longe.

Hoje somente os quero-quero falam
comigo, sempre dois a dois.
Protestam minha invasão.

Trouxe para casa uma pena de garça.
Vi, depois, que dela escorriam

memórias de meu rio e suas descobertas.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

“ Porque tua voz ao meu lado estava.” James Joyce.

O que espero do poema


15 / 3 / 2013

O que espero do poema,
daquele  que ainda há de vir,
que há de pousar, de surpresa,
talvez na nuca,
ou no verso da página;
talvez no entre-fôlego,
ou na pausa,
ou no recanto mais escondido.

O poema que não tem adjetivos,
O poema da palavra esperada.
Um verso no escabelo da hora,
no vazio do corpo solitário.

A palavra que espero ouvir,
e que sonho escutar suas rimas,
o som, talvez, os passos dos amantes,
ou o peso das aves, do vôo sem destino
e seus espaços; pássaros que chegam 
e bicam as vogais nos versos que espero.

O que espero no poema:

espero ouvir tua voz, amada!


sábado, 18 de janeiro de 2014

Poema que li no funeral de minha amada esposa, na manhã do dia 07 de janeiro, cerca de nove horas e trinta minutos. Lá estavam seus cinco filhos, netos noras, genros , familiares e amigos para dar o último adeus:

O FIM.

20 / 04 / 1972

Em 1972 ou 1971, lendo os poemas de Karfeldt, prêmio Nobel de literatura de 1931, , fui inspirado a escrever este poema. 

Este foi o fim que imaginei para nós dois. Mas agora, separados pela morte, uma distância impossível de ser ultrapassada, ainda sonho em encontrá-la; de nos beijamos de tomarmos as mãos e juntos irmos ao céu dos amantes, aos azuis sem fim.




“ Talvez, algum dia em que você estiver me olhando, / 
Será nos tempos de primavera, de verde e flor. / 
Estarei a mirar em seus olhos e lembrando... / 
E eu direi: - não me olhe assim, amor! /
 Meu coração se voltará ao seu – irá lentamente, / 
e você estará sorrindo. Suas mãos procurarão as minhas / 
nos beijaremos meigamente. 
 Nos miraremos tão maravilhosos por nossa paixão!”



“ Você não precisará mirar-me sofrendo, / 
e se for o caso, eu me calarei para entender a sua pena; / 
Juntos dissiparemos a dor, nos contendo. / 
Faremos nosso caminho na neblina calma e serena; /
e você dirá: - que caminho é este, amor, onde vamos? / 
Eu olharei para seus olhinhos tão belos e fundos e direi:  / 
-Lembra, amor, do céu que juntos sonhamos? / 
- Estamos indo a ele! E iremos aos azuis dos céus sem fim”

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Poema que escrevi para minha esposa, ( na época namorada ) Maria Filomena dos Santos, nascida a 06 de agosto de 1956 e falecida em 06 de janeiro de 2014.
Este poema eu escrevi em 14 de junho de 1972, poucos dias antes de eu ser desligado do Colégio Técnico Industrial de Guaratinguetá ( primeira turma do COTEC ) e entrar nas Forças Armadas como aluno na Escola de Especialistas de Aeronáutica ( EEAR) no curso de eletrônica.

Para Maria F. dos santos

" Eu nunca te banirei de minha memória,
nem haverá resto de um amor insano,
nem mistérios nas sombras de nossa história,
onde dormirás, sem que haja penas,

e de onde sempre dirás de um amor, único amor,
que sonhas em teu sono humano.
Nunca te perderei de meu peito nas noites serenas,
e ainda te amarei, mesmo quando só me sobrar a dor!

Dar-te-ei como poeta, um espelho para contemplares
tua beleza, que debalde a ti tento cantá-la;
as brisas para açoitarem teus cabelos e meu olhar
onde mirarás toda a eternidade deste sonho.

Dar-te-ei as portas de minha ventura,  de
meu prazer e  pezar.
E todo instante para seres o que és, e proponho
dar-te mais: toda minha vida, meu sossego e agitação.
Dar-te-ei, amada, o meu amor, e por te amar, o meu coração!


Foto pouco antes da descoberta do câncer. Ela foi forte, paciente e esperançosa. Foi mãe. amiga e conselheira mesmo em face da dor e da incerteza do futuro. Eu me sinto tão pequeno sem ela!!!


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Poema ( Soneto ) Para Minha Esposa escrito em 23 / 09 / 1971. 42 anos atrás.

Mena é o nome carinhoso para Filomena - Falecida em 06 de janeiro de 2014.

" Você é a minha própria poesia.
É a flor interna de meu jardim.
É rosa amarela, é violeta, é jasmim.
É toda pura, singela e harmonia.

Você é luz de meu coração.
É a minha paz, minha vida.
Você é toda a minha paixão.
Minha, sempre minha querida.

Você foi o despontar da aurora,
como uma luz límpida e serena,
que já muito brilhara outrora

em meu peito que viveu a lembrar
de você, sempre minha Mena,
e que sempre hei de "te amar".


Foto recente e foto no dia de nosso casamento em outubro de 1975- Ela continua sendo a menina de meus sonhos!!!!