Poema que li no funeral de minha amada esposa, na
manhã do dia 07 de janeiro, cerca de nove horas e trinta minutos. Lá estavam seus cinco
filhos, netos noras, genros , familiares e amigos para dar o último adeus:
O FIM.
20 / 04 / 1972
Em 1972 ou 1971, lendo os poemas
de Karfeldt, prêmio Nobel de literatura de 1931, , fui inspirado a escrever
este poema.
Este foi o fim que imaginei para nós dois. Mas agora, separados
pela morte, uma distância impossível de ser ultrapassada, ainda sonho em
encontrá-la; de nos beijamos de tomarmos as mãos e juntos irmos ao céu dos
amantes, aos azuis sem fim.
“ Talvez, algum dia em que você
estiver me olhando, /
Será nos tempos de primavera, de verde e flor. /
Estarei
a mirar em seus olhos e lembrando... /
E eu direi: - não me olhe assim, amor! /
Meu coração se voltará ao seu – irá lentamente, /
e você estará sorrindo. Suas
mãos procurarão as minhas /
nos beijaremos meigamente.
Nos miraremos tão
maravilhosos por nossa paixão!”
“ Você não precisará mirar-me
sofrendo, /
e se for o caso, eu me calarei para entender a sua pena; /
Juntos
dissiparemos a dor, nos contendo. /
Faremos nosso caminho na neblina calma e
serena; /
e você dirá: - que caminho é este, amor, onde vamos? /
Eu olharei para
seus olhinhos tão belos e fundos e direi: /
-Lembra, amor, do céu que juntos sonhamos? /
- Estamos indo a ele! E iremos aos azuis dos céus sem fim”