terça-feira, 24 de setembro de 2013

AQUI EU SEI ( II )



O fim de todas as coisas - pintura ( guache e acrílica ) sobre papel A4 - Ano: 2010


AQUI EU SEI ( II )

Do que eu sei e do que não sei,
do que soube e do que nunca soube;
está a única certeza:
eu não sei o fim de todas as coisas.

Sei o início da palavra,
daquela que já disse, e se
ainda não disse, ecoa em mim,
a palavra que existe
em nós como um grito,
talvez, um silêncio doído,
a palavra que não queremos dizer,
mas sabemos com certeza que
existe em mim, em ti, nele,
nela, neles e em nós.

Sei o som da palavra,
sei contar suas duas vogais 
e suas três consoantes,
sei suas sílabas e entonação,
mas não sei a sua dor e queria
poder não saber – não saber –
não saber!

Poema 2013 / 12
12 / 06 / 2013.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013



Aqui eu sei - Colagem  e pigmento aplicado a corretivo - em folha A4 - Datado: 2012


AQUI EU SEI ( I )

Não sei o fim e nem
o inicio de todas as coisas,
mas uma coisa eu sei:
é que poema é poema;
palavra ainda é palavra;
pedra ainda é pedra;
contudo, árvores são pássaros;
pássaros são asas;
asas são sonhos;
o sonho é encontro;
encontro é espanto.

Margem é o outro lado;
o outro lado da história,
o outro lado é o silêncio;
aqui, o barulho, eu sei;
o som na pele;
na escrita, na palma
da esperança.

Aqui, as âncoras,
as ferramentas
da invenção, eu sei.
12 / 06 / 2013-06


sexta-feira, 6 de setembro de 2013


Bem que poderia escrever um poema


  Lição de poeta 2 - crayon e guache sobre folha A4 - Dimensão: 28 x 19 cm -  Data: janeiro 2013



 Bem que poderia escrever um poema

Bem que poderia escrever um poema
para este momento
e soltá-lo ao vento. Aguardar
a resposta inesperada. O verso
solto. Palavras suaves chegando
de manso. Adjetivos carinhosos
e advérbios de tempo do sorriso.

Você na minha porta. Seu rosto
na memória. Um poema escrito

ainda na infância. Um caminho a dois.

Poema 2012 / 10 - 07 / 11 / 2012