terça-feira, 30 de julho de 2013

 Para que serve um poema
Data: 24 / 03 / 12 - Postado em 30 / julho / 2013

( Para que serve um poema ),
neste momento, se entre pedras,
pedras do caminho, por entre folhas,
se por entre linhas da memória, estou?

Uma palavra na dobradura da esperança.
Um verbo no seio da centelha.
Um paço preenchido por acenos.
( Para que serve um verso na metáfora
                                        da noite. )

A palavra mais bonita, direi
quando  estiver sem pétalas,
por ter  doado a esperança.
( Para que serve um poema )
por ter acrescentado vazio,
onde era para preencher,
( Para que serve o verso )
por ter sido barrado por portas estreitas,
e não ter visto o caminho mais largo;
( Para que serve a palavra )
por ter dito coisas que não
eram para serem ditas;
( Para que serve a vírgula )
por ter prosseguido
quando era para ter parado;
( Para que serve uma frase )
por ter sido silêncio, quando
era para entoar uma canção.



                            
                                          Vendo o mar - Ano: 1971 - Guache - Dimensão - Folha A4

domingo, 28 de julho de 2013

Poema 2013 / 8 - Quisera - e monotipia

QUISERA

Quisera sempre falar de poema como
 quem descreve um encontro de amor.

Quisera eu clamar teu nome
como quem antecipa a primavera.

O fato é que existem palavras
que fazem a jornada mais feliz.

A foto que ficou na memória
foi  por existir nela nossa canção.

Quisera ainda pacificar teus adjetivos
como quem diz palavras suaves ao ouvido.

O fato é que ainda falo de poema

como quem descreve os gestos da amada.  26 / 3 /2013

                                                Silhueta em branco - monotipia em papel A4 - Ano 2000


sábado, 27 de julho de 2013

Desenho e poema

                                           
                                          Romeu e Julieta - 1985 - Desenho - lápis de cor, caneta e guache
                                          dimensão: 20 x 15,5 cm

                                  " Como quisesse um adjetivo para o dia, escrever teu nome;
                                   como quisesse alegria para o momento, ouvir tua voz;
                                   como quisesse uma palavra para meu poema, reinventar nossos dias felizes.
                                                    " 11 nov. 2005
O que espero do poema


15 / 3 / 2013

O que espero do poema,
daquele  que ainda há de vir,
que há de pousar, de surpresa,
talvez na nuca,
ou no verso da página;
talvez no entre-fôlego,
ou na pausa,
ou no recanto mais escondido.

O poema que não tem adjetivos,
O poema da palavra esperada.
Um verso no escabelo da hora,
no vazio do corpo solitário.

A palavra que espero ouvir,
e que sonho escutar suas rimas,
o som, talvez, dos passos dos amantes,
ou o peso das aves, do vôo sem destino
e seus espaços; pássaros que chegam 
e bicam as vogais nos versos que espero.

O que espero no poema:

espero ouvir tua voz, amada!

“ Porque tua voz ao meu lado estava.” James Joyce.


quinta-feira, 25 de julho de 2013

Oração de artista - 26/03/2012

Que o poema e as cores cheguem de surpresa,
como aves que pousam no quintal.

Que a composição seja colorida,
e os contornos dos desenhos, suaves,
fortes, às vezes,
e os poemas, uma extensão do meu sonho de homem.

Que venham folhas e mais folhas, papéis
azuis, rosas, verdes, amarelos, vermelhos;
e  tintas, e que eu saiba onde colocar cada
pedaço, cada pincelada, para, assim, ter
alegria no fim da peça acabada.

Que do arranjo das formas e das cores,
possam surgir, aqui e ali, casinhas, círculos,
sombras, frutos, aves, triângulos amorosos,
quadrados cheios de graça e linhas que
cortem o pensamento ao meio, ou sejam
como acenos da infância.

Que em todos os dias, surja uma nova ideia;
um risco uma forma - uma busca e a
alegria da obra sonhada.

E no fim, na assinatura, o namoro, o
apreciar e a palavra final: benditas as horas
e os momentos de meu tempo mortal.




O véu da memória - 2003 - Colagem - 17 x 24 cm.

"Possuo um olhar de aprendiz". 09/01/2013



Assim o vejo - 2007 - Colagem - 17 x 24 cm.



Ícaro - 24/07/1976 - Desenho e colagem - 16 x 23 cm



Rostos - 2000 - Colagem - 17 x 24 cm.



Composição I - 2007 - Colagem - 17 x 24 cm.



Tempo de infância - 08/1998 - Colagem e guache - 17 x 24 cm.



O criador e a obra - 2000 - Colagem e criayon - 17 x 24 cm.



Composição - Amigos - 2006 - Desenho, cola e crayon - 17 x 24 cm.